Pois, é Natal mas o meu presente bem que poderia ser este.
Acho que vi na última revista de moda gatal.
E dava para aproveitar aquele monitor velho que o meu dono
tem guardado, há anos, na arrecadação.
Para quê, pergunto eu? Francamente, não reciclam nada! Pfffffff....
Cadela abandona filhotes e gata leva-os para amamentar
Continua a cantar aquela do «atirei o pau no gato, mas o gato não morreu...»
e depois diz que ele se assanhou e te saltou em cima!
Julgam que os animais são parvos, não?
Vogando pelas trevas me desloco
etérea, inusitada, sensitiva.
Na obscuridade em nada toco.
Eu sou, da nuvem negra, único floco;
que às más recordações foge, se esquiva.
Eu sou a bruxa que o gato negro traz;
eterno companheiro de bruxedos.
O felino que mal a ninguém faz;
pelo contrário, mostra até ser capaz
de arcar com as nossas pragas e medos.
Pois não sou feiticeira, sou mistério.
Sou a visão que de mim própria sobra.
Personificação de espaço aéreo
que um dia à terra desce e, em cemitério
enclausurada, a minha alma soçobra.
-------------------------------
21/02/2008
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores nº 20958
Lilico
Hoje foi o dia mais triste da minha vida, o Lilico foi sacrificado no dia 13/02/2012, depois de 18 meses de muita luta de tratamento contra uma triste doença que é o câncer.
O meu amigo de todos os dias o meu gato amado, e companheiro, eu tenho a certeza que os meus dias não vão ser como antes.
Não ver mais os olhos azuis dele...
Eu estava a ver essa gatinha branca e sinto a mesma coisa.
Que deus o leve para o céu!
------------------------
Gilda Possagnolo
NOTA:
Esta mensagem foi-me deixada como comentário no «Gato Honey».
Entendi ser uma desabafo e dar-lhe o direito de pertencer à página inicial do meu blog de gatos.
O desgosto desta dona está bem expresso nas suas palavras.
Na ausência duma foto, deixo esta do adeus dum gatinho branco adormecido.
Deus permita, Gilda, que encontre um novo amor na personagem doutro gatinho!
--------------------
Laura
Queridos amigos,
Andei sumida porque estava às voltas com o meu Honey, esse gato lindo aí da tag.
Ele ficou muito doente e partiu. Estava tão tristinho nos últimos dias... Foi partindo devagarinho... dia a dia...
Não abria mais armários ou amontoava os tapetes e nem "regava" as plantinhas quando passeava no jardim.
Triste ver quem a gente ama se esvaindo assim diante dos olhos.
Aqueles olhos azuis me olhavam ternamente, e me diziam que era hora dele se despedir de mim.
Por mais de 12 anos andamos juntos, nos divertimos e nos fizemos companhia um ao ou outro nos momentos alegres ou tristes.
Era arteiro por mais da conta.
Quando saía do gatil pela manhã. nunca vinha direto pra dentro de casa. Sempre me fazia correr atrás dele em volta do jardim. Por certo sabia que eu precisava de exercício.
Tinha os dias que ele pulava o muro e ia passear no vizinho, aquele danado.
Eu tinha que colocar escada e ficava pendurada no muro chamando-o que nem doida.
Ele vinha correndo com os pelos ouriçados e aquele rabo espanando pra tudo quanto era lado e corria pra dentro de casa com a cara mais lavada desse mundo.
Sentava ofegante de um lado e eu de outro.
Depois levantava e ia afiar as unhas no tapete da sala e correr para escorregar em cima dos tapetes.
Era lindo o meu Honey.
Também tenho o Flokinhu que é irmão dele, mas a personalidade do Honey o fazia se sobressair em tudo.
Depois de comer, beber a água e ele ia em cima da minha cama e ficava que nem um bichinho de pelúcia esticadão na colcha, junto com o irmão dele.
Muitas vezes eles vinham os dois e ficavam queriam subir na mesa do pc e eu ficava apertadinha por aqui teclando e eles observando e me acarinhando.
À tarde, quando ia dar uma esticada no sofá da sala, ligava a tv e podia esperar: logo vinham os dois e ficavam deitados em cima de mim, no meu peito, ou nos meus pés, fazendo-me companhia.
O Honey, sempre mais carente queria ficar na altura do rosto. Parecia que queria entrar em mim...
Olhem, tenho mais gatinhos (meu marido já tratou de me trazer mais pra que eu cuide e o esqueça mais rapidamente). Tenho ainda o Flokinho que já tem 11 anos, branquinho que nem bola de neve. Ele procura o irmão por todo canto da casa. E se deita bem juntinho de mim, me consolando.
Tenho também uns tantos de gatos pelo quintal que são um tanto selvagens e não se deixam tocar.
Mas o Honey era especial e estou triste ainda... Lembro dos olho azuis... tão azuis quanto o céu para onde ele deve ter ido...
Ainda estou triste...
beijosssss
Odete Ronchy Baltazar
Há pouco, fez 30 dias que minha "Branquinha" foi levada embora de minha guarda, de minha companhia, de meu enternecido Amor...
Sei: são mui raras as pessoas cujos Espíritos podem compreender o Amor de um homem por um bichinho-de-estimação... Menos, ainda, a reciprocidade inocente desse mesmo Amor... Todavia, isso pouco (ou nada) importa... Importa é o Sentimento cujas raízes emigram do coração para se mostrarem - sem vergonha nenhuma, nem nenhum constrangimento - à flor da pele... Desta minha pele de índio: um simples Ser da Natureza - pois que aprendi, já faz tempos, que sou tão somente um simples Ser da Natureza!
Assim, também de forma natural - embora doída - esta Saudade confessa de minha mansa e brincalhona "Kika" que tanto pastoreou-me a Alma em momentos de desencanto e Solidão... Que lástima que os homens - por se acharem acima da Natureza - se neguem a aprender valiosas e sábias Lições com os animais... Da mesma forma, se recusem a auxiliar esses fascinantes irmãozinhos em sua fugaz e frágil estada neste Plano dolente e Sofrido da Existência... Ah, não sabem o que estão perdendo... Sequer imaginam o Bem que esses igualmente filhos de Deus nos causam, nos proporcionam, nos oferecem de forma graciosa, sincera, inocente... (Ah, esses homens estão demasiadamente ocupados em maquinar e realizar seus sinistros sonhos de ambição - senhores que são das guerras, das destruições, das misérias do mundo...)
Ah, Querida "Branquinha", aonde andarás? Já estarás curada e refeito teu frágil corpo de branco Anjinho? Ah, eu? Eu continuo, aqui... Continuo doente... Sinto Dores no corpo e na Alma... Contínuas Saudades no coração... Afinal, meu coração será sempre o coraçõo de um menino só, introspectivo, triste, esquisito... Deste menino que conheceste, um dia, e o escolheste para teu "humano-de-estimação"... Sabendo que te cativei, "Kika", me senti responsável por ti e te fizeste parte de minha vida... (Sim: li o "Pequeno Príncipe" e não esqueci do seu doce e fraterno Ensinamento!) Daí, o nosso Amor puro e franciscano... Que Saudade dos teus miados... Das tuas manias... Das tuas brincadeiras... De ti aconchegadinha em mim feito uma criança para dormir... Da nossa Nívea, inesquecível, tão gostosa e efêmera Felicidade...
OBRIGADO, minha Querida "Kika"... Agora, só posso ninar tua Lembrança entre Lágrimas de Distância e de Saudade... Todavia, continuarei a te ninar - até o dia em que o Cansaço da vida também fechar meus olhos para dormir... Quem sabe, então, seja a vez de ninares meu coração-guri...
Um mês sem minha "Branquinha"... Sem minha "Kika"... Um mês a menos para mim mesmo...
-----------------------------------------
J.J. Oliveira Gonçalves/JJotaPoet@!
Porto Alegre, 26 de janeiro/2011. 23h - HS
Os animais foram imperfeitos, compridos de rabo, tristes de cabeça.
Pouco a pouco se foram compondo, fazendo-se paisagem, adquirindo pintas, graça, voo.
O gato, só o gato apareceu completo e orgulhoso: nasceu completamente terminado.
Anda sozinho e sabe o que quer.
O homem quer ser peixe e pássaro, a serpente quisera ter asas, o cachorro é um leão desorientado, o engenheiro quer ser poeta, a mosca estuda para andorinha, o poeta trata de imitar a mosca, mas o gato quer ser só gato.
E todo gato é gato do bigode ao rabo, do pressentimento à ratazana viva, da noite até os seus olhos de ouro.
Não há unidade como ele, não tem a lua nem a flor tal contextura:
é uma coisa só como o sol ou o topázio, e a elástica linha em seu contorno firme e subtil, é como a linha da proa de uma nave.
Os seus olhos amarelos deixaram uma só ranhura para jogar as moedas da noite.
Oh! pequeno imperador sem orbe!
Conquistador sem pátria, mínimo tigre de salão, nupcial sultão do céu das telhas eróticas, o vento do amor na intempérie reclamas quando passas e pousas quatro pés delicados no solo, cheirando, desconfiando de todo o terrestre, porque tudo é imundo para o imaculado pé do gato.
Oh! fera independente da casa.
Arrogante vestígio da noite, preguiçoso, ginástico e alheio, profundíssimo gato, polícia secreta dos quartos, insígnia de um desaparecido veludo, certamente não há enigma na tua maneira, talvez não sejas mistério, todo o mundo sabe de ti e pertences ao habitante menos misterioso, talvez todos se acreditem donos, proprietários, tios de gatos, companheiros, colegas, discípulos ou amigos do seu gato.
Eu não. Eu não subscrevo. Eu não conheço o gato.
Tudo sei, a vida e seu arquipélago, o mar e a cidade incalculável, a botânica, o gineceu com os seus extravios, o pôr e o menos da matemática, os funis vulcânicos do mundo, a casaca irreal do crocodilo, a bondade ignorada do bombeiro, o atavismo azul do sacerdote, mas não posso decifrar um gato...
Minha razão resvalou na sua indiferença, os seus olhos têm números de ouro...
---------------
Pablo Neruda
Jardim Jeitinho de Saudade...
(À Doce Lembrança da "Branquinha"!)
Aos pouquinhos, ai, vê: fui construindo
Jardinzinho que n'Alma arquitetei...
Entusiasmado, sim - e assim sorrindo
Singelas flores escolhi - e plantei!
Com sacrifício, a casa reformei
Para a Família: humanos e animais!
Nem Sonhava mais, mas teimei: Sonhei
Pensei não ser - então - tarde demais!
Ah, o meu jardim parou - que tanto Amei...
Enquanto escrevo... a Dor me consumindo
Mas quem se importa com meus fundos ais?
Aleatório este jardim que comecei...
Para mimar-me as flores vão se abrindo:
Mas minha "Kika" eu não mimo mais!
Plantar mais flores, Deus, eu não consigo...
Saudade: única Flor que ao peito abrigo!
-----------------------------
J.J. Oliveira Gonçalves
Porto Alegre, 09 de janeiro
www.cappaz.com.br
Quem dera que acontecesse o mesmo em todos os países!!!!
O Rancho Caboodle é um santuário de gatos que tem cerca de 100 acres e foi criado por um sujeito chamado Craig Grant, em 2003.
Este paraíso para os gatos está localizado em Ponte Vedra Beach, na Florida, e é hoje o lar de mais de 500 gatos felizes.
Este enorme rancho usado como abrigo para gatos sem lar é composto por lotes de pequenas casas, como a prefeitura, uma igreja, um moinho de água, lagoas, etc.
Deve dar imenso trabalho, mas ele parece muito feliz com os seus bichanos!
Abençoado seja!
Este gato há mais de ano que por aqui anda.
Passa normalmente o dia todo esperando comer, e come bem.
Ignoramos o seu passado, mas deve estar traumatizado, dado que não permite que alguém se aproxime demasiado; nem mesmo a minha mulher que habitualmente trata dele duas a três vezes ao dia.
Essa é a Branquinha, da mãe da Sônia, já com 18 anos.
Como mora muito perto da Sônia, estão sempre em contacto.
Vitória está muito bem, é a mais novinha de todos, deve ter por volta de 9 anos de idade (como peguei na rua, não tenho certeza).
É essa aqui, sempre perto do teclado, pronta a "caçar" minha mão quando estou digitando no computador!
=======================================
Sônia, essa sua gata parece o meu gato Lucas, o gato mais divertido que eu já tive.
Com ele tudo é uma brincadeira pegada. O que apronta, é sempre motivo de risota cá em casa.
------------------------
Laura
O casal de gatos Fofo e Nicole da minha amiga Sônia Catharina do Brasil.
Já vão completar 17 anos.
PARABÉNS aos idosos felinos, amiga Sônia!
Malhadinha faleceu em Setembro agora, com 18 anos de idade.
Era imensamente feroz. Apesar de ser da minha mãe só eu a pegava no colo e conseguia fazer dengo na danadinha, mais ninguém.
Morreu como um passarinho, sabendo que era amada.
Na clínica, ela praticamente se recuperou do estado de coma quando ouviu minha voz, movimentou os olhos, sacudiu o rabinho de felicidade e logo depois partiu.
Eles estavam juntos na casa.
Oskar, o gatinho cego e os primeiros brinquedos
Oskar, o gatinho cego e o seu amigo Klaus
Com cerca de 4 anos, também veio da Ilha da Madeira, nos primeiros meses de 2011. Vivia lá no picadeiro e escola de equitação, onde lhe davam comida e um tecto; sempre fora de casa, junto a outros cães e gatos que por lá são igualmente acolhidos e alimentados. Mas o clima da Madeira oscila entre os 18 graus e os 22 graus - Inverno/Verão. A temperatura é óptima!
Habituado a brincar com os cães, não tem medo deles.
Não é um gato grande, é médio.
Maioritariamente preto no dorso mas com diversas malhas brancas enormes no peito e patas. Olhos um pouco juntos e amarelos, muito redondos e expressivos.
No focinho também tem malhas pretas, assimétricas, e uma delas parece um bigode, tipo Hitler.
Grandes bigodes brancos.
É um bichano delicioso, meiguinho e que nunca se vira a ninguém.
Ronrona por tudo e por nada, é um comilão inveterado.
Se lhe fazem festas, deita-se e põe-se logo de barriga para cima. Não deixa as unhas de fora.
Possui um andar de rufião, meio a cambalear o que lhe confere um ar desajeitado e divertido.
É, sem dúvida, um grande fadista!
Tem a particularidade de andar sempre a tapar tudo. Raspa com as patinhas quer tenha com que tapar ou não. Tudo lhe serve para isso:
Se já comeu e não quer mais, tapa (quantas vezes entorna tudo).
Se a gata fez no litter e não tapou bem, lá vai ele tapar tudo e deixar impecável.
Se está a brincar e já não quer brincar mais, vira as costas ao brinquedo e tapa; que é como quem diz, raspa seja lá o que for para cima do brinquedo: sejam panos, tapetes, sapatos, não interessa.
Adora comida de lata, mas nada mais do que isso, e ração.
Bebe também um pouco de leite.
Gosta de saltar para o muro e dar uma voltinha na rua até debaixo do nosso carro, e pouco mais.
Se está em cima do muro e lhe dizemos alguma coisa, apressa-se a voltar para dentro.
Se está na rua é igual, corre logo para dentro de casa.
Adora saltar para a minha cama e acordar-me. Vem ronronar junto do meu rosto, estende a patinha e toca-me com muito jeitinho no queixo, na face ou no nariz.
É o gato mais divertido que eu já vi. Põe todo a gente a rir com as coisas que faz.
Se está a dormir e o afagamos, ronrona e continua sem se ralar nada.
Vem quando o chamamos mas, na maior parte das vezes tenta esconder-se quando já está perto, para que o procuremos. Está sempre pronto para brincar.
A gata é o seu brinquedo principal, sempre a esconder-se dela para a apanhar desprevenida quando ela passa e saltar-lhe em cima.
A cadelinha Jeka, brinca com ele, quer dizer, corre atrás dele e mete a cabeça dele na boca dela, sem magoar. Correm desenfreados à volta da casa.
Se a cadela está sossegada a dormir, ele desafia; se ela está a descansar, ele dá-lhe patadas; se ela passa, o gato esconde-se e salta-lhe para o dorso, fugindo em seguida.
Felizmente que ele dorme imenso ou não haveria sossego dentro ou fora de casa.
Adora chatear a gata saltando-lhe para cima da casotinha, amachucando o tecto e caindo sobre ela.
Têm cestas abertas mas também têm umas que são de tecido com interior de espuma, (usadas no tempo mais frio), tal qual casotas de cães.
Tudo é uma festa para aquele marau. Não há como não achar graça e perdoar-lhe tudo.
A última novidade é saltar, durante a noite, para cima do móvel do meu quarto, onde tenho uma caixa com bolas barulhentas, com guizos dentro. Guardo-as à noite e só lhe deixo no chão as silenciosas.
Pois ele vai lá buscá-las para brincar. É um grande maroto!
O lindo gato da Ute Rasp - Brasil
E digam lá que os animais não nos tornam felizes...
Olha o ar feliz da dona dele!
Que inveja!!!!!!!!!!!!!!
Infelizmente, o Mimo já não está entre nós, é apenas uma homenagem.
A gata Lucy veio da Ilha da Madeira cá para casa, no início do ano de 2010. Foi a minha filha que a trouxe.
Dona de uns lindos olhos verdes, grandes e amendoados, pelo espesso e lustroso, mesclado de preto, branco e cinza mas com grandes manchas brancas e um desenho simétrico.
Enormes bigodes brancos.
É uma gata de tamanho grande que não dá confiança ao gato nem às cadelas. Quer tudo longe dela e sopra enfurecida se a incomodam. Caçadora inveterada de lagartixas e todo e qualquer bichinho que se atreva a mexer perto dela. Também tenta caçar pardais!
Antes de eu ter o quintal melhor vedado, caçava os coelhos que o vizinho tinha à solta na quintinha. Era um problema danado!
Chegou magrinha de meter dó mas hoje é uma gorducha que só quer é comer ração.
Latas e petiscos caseiros, peixe ou carne de qualquer espécie, para ela não são bem vindos. Duas lambidelas, quando muito e… ração é que é bom!
Gosta de leite.
Ah, adora os petiscos da Whiskas, mas esses engordam. Corta! Só raramente lhos dou.
É uma gatinha muito meiga mas cheia de personalidade: não está ao gosto dela, orelhas para trás, olhos pretos (ela que tem olhos verdes) e lá vem unhada, seja em quem for.
Rapidez não lhe falta!
Na maioria das vezes, mia baixinho e encosta-se a nós para que lhe façamos festas, mas não gosta de ser incomodada quando descansa.
Se alguém está sentado à mesa grande, salta e vem encostar-se ao nosso peito, entre os braços.
É linda e deliciosa!
Nunca sai do perímetro da casa e do quintal. Vem sempre a correr logo que a chamamos e tem a particularidade de atirar para fora as patas traseiras, o que lhe dá um certo ar de coelha.
Adora brincar com fitinhas, cordéis, etc.
Muito fotogénica.
Como se pode constatar, agora está uma gorducha! hihihihihi
----------------------------
Laura
Quantas pessoas se gabam de amar os animais? Tantas que é difícil achar quem diga o contrário.
Aliás, dizer o contrário pareceria tão mal aos outros que o melhor é fingir e dizer sempre que os amam, devido às regras da sociedade onde estamos inseridos.
Outros gabam-se de os amar mas amam beleza, juventude, gracinhas, pedigree, status.
Será isso amor?
Tratam-nos bem enquanto não dão demasiado trabalho, não envelhecem ou adoecem.
Se isso acontecer, preferem descartar-se deles.
Pois se o ser humano se descarta até dos familiares velhos e doentes...
Hoje quero falar-lhes da minha gata, a Kika:
Miou na minha janela da marquise. Pediu comida e carinho.
Adoptei-a ao ver quão maltratada estava.
Tratei do pêlo ralo. Ficou óptimo!
Mandei operar a cauda partida e insensível. Ficou boa.
Mandei operar os intestinos por apresentar graves problemas, apesar dos prognósticos não serem os melhores. Não resultou.
Precisava de clisteres mais ou menos duas vezes por semana porque os movimentos peristálticos não tinham força suficiente para a expulsão das fezes.
Havia semanas em que era só uma vez, das outras ela conseguia sozinha. Aí, fazíamos uma festa, nós e ela!
Depois veio a parte pior e traumatizante:
Sempre que se lhe dava um clister ela ficava danada da vida e eram precisas duas pessoas para a segurar.
Entretanto, com a massagem na barriguinha, sempre escorria algum líquido do clister; ela lava-se logo (lambendo-se), agoniava-se e vomitava.
Então, eu ficava ali de plantão à gata e ao litter dela, para a limpar e evitar que tudo à volta ficasse sujo, pingado e vomitado, incluindo ela própria.
Tinha um spray próprio para gatos, de champô perfumado, toalhas de papel, um saco de plástico, etc.
Umas vezes demorava mais do que outras, mas eu tinha que esperar e ir falando com ela, acarinhando-a, pois o esforço era grande e penalizava-me.
Já pouco comia durante o dia, só queria sol mas, à tardinha, vingava-se e comia muito bem.
Diariamente dava-lhe uma ou duas massagem que ela apreciava.
Na volta recolhia os louros pois ela andava sempre atrás de mim e falava comigo.
Dormia aos pés da minha cama, na sua casinha de gato, com telhado, cobertores e almofadinha.
Morreu um pouco de mim quando tive que adormecê-la e se ficou nos meus braços.
Jamais deixei só um animal meu, nos seus últimos minutos, mesmo contra a opinião dos veterinários que sabem ser demasiado traumatizante.
Agora eu quero saber quem é que tem amor aos animais:
Sou eu ou quem os exibe e diz que gosta muito deles até à primeira chatice?
-----------------
20/04/2009
Laura B. Martins
E ainda há quem diga que um gatinho dá trabalho.
Qual quê?
Olhem para esses!
hahahahaha...
(História verídica duns sortudos que possuem agora um belo lar na casa da minha amiga brasileira Isa Marlene, em Porto Alegre-Brasil)
Eram olhares famintos
E miados constantemente
Um casal de negros felinos
Vigiavam tardes de Julho!
Alguém os notara aflitos
E lhes oferecera um lugar decente
Que os tirassem de entulhos!
****
Vieram ariscos pelo descaso!
Mas o carinho foi mais ousado
Os fizeram calmos num pouco prazo!
E logo após foram baptizados!
***
(Gepeto) eu não sei porque...
Como uma luva serviu ao macho!
( G ) de gato...( peto ) mimo de preto
E ele gostou do nome...Eu acho!
***
(Que Pinóquio... Não lhe apague o facho!) *****.
*****
( Negrucha )... A fêmea pretinha
Da prenhez, teve cinco bichanos!
À sua prole exigiu novos lares
Que os livrassem de abandonos
E agora castrada, troca olhares
E acarinha os novos donos!
****
Felizes agora...
Só o ciúme atrapalha
Se Gepeto brinca e rola
A Negrucha tapeia e ralha!
****
25/02/2010
Isa Marlene (Brasil)
Um poema tentei alinhavar
ao lembrar-me de ti. Na minha escrita
não há palavras, só recordo o verbo amar.
Aonde estarás tu, gata bonita?
Não pude minorar o sofrimento
da gatinha que amei com tanto ardor.
Tudo o que ela passou foi um tormento
pra mim, que apenas soube dar-lhe amor.
Hoje, na minha casa há dois gatos;
caudas enormes, num suave ondular,
felizes, (nunca tiveram maus tratos),
mas nunca usurparão o seu lugar.
No coração tenho molduras com retratos
aonde nenhum troca de lugar.
---------------------------
19/10/2010
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958
Lembro do Theo com carinho, saudade e muuuuita emoção... ele foi um dos meus amigos: Ajudou-me a ultrapassar os momentos mais difíceis da vida, com companheirismo e fidelidade. Por exemplo, quando sentei pela 1ª vez numa cadeira de rodas, senti-me fragilizada e apavorada. O Theo pulou no meu colo e se aninhou... aquele gesto me fez sentir que a minha essência continuava a mesma. O Theo viveu comigo por 20 anos... um dia ele dormiu tranquilamente e, em vez de acordar, virou nuvem. O corpinho dele foi cremado. ------------------ 2/02/2010 Janice da Silveira
Olá Laura!
Meu nome é Ute e meu pet se chamava Mimo. Mimo devia ter uns 5 anos, era um gato grande preto e branco muito dócil que eu adoptei já adulto.
Dos 4 gatos que tenho ele foi o mais carinhoso, amoroso e atencioso comigo.
Numa terrível noite Mimo voltou pra casa, depois de eu chamá-lo muito. Tenho por habito prender os gatos á noite dentro de casa para evitar maus tratos alheios. Nesta noite não tive sorte. Ele entrou normalmente e fomos dormir (eu e meu marido). De manhã me deparei com uma cena dantesca: a casa estava defecada e vomitada... Mimo agonizava no quarto ao lado do nosso. Levei um tempo até decidir levá-lo ao veterinário. Lá ele recebeu todo o atendimento merecido...não discuti valores.
Só queria que a agonia dele parasse!!!!Vivo ou morto...mas aquelas horas de sofrimento dele me cortaram o coração...- "ENVENENAMENTO" - me disse a veterinária.
Horas depois foi colocado no oxigénio pois tinha aspirado vómito...muito triste...ele não merecia aquilo..seu pulmãozinho
ho não aguentou... gritou, vomitou e morreu....muito triste...
Na hora eu não estava, mas telefonei pra clínica exactamente na hora que isso estava acontecendo, foi quando tive a notícia!
Estou arrasada...triste e ainda vejo o sofrimento do meu gato que tentou me pedir socorro e eu não o escutei. Fico pensando se tivesse visto antes se poderia tê-lo salvo... mas onde encontrar uma clínica 24 horas?
Agora eu sei onde...mas é tarde demais...percebi pelos rastros de vomito, que ele ficou na porta do meu quarto passando muito mal e eu dormindo, sem perceber nada....me sinto culpada!!! Mas ao mesmo tempo ele comeu o veneno longe de casa...como eu ia imaginar? O gato entrou bonzinho como sempre...
Não sei...tá difícil assimilar isso tudo...Toda vez que passo pelo quarto onde ele estava agonizando, lembro da cena toda... muito dolorido... coloquei um potinho de flor no local e um cristal branco.... arrumei e perfumei o quarto..mas ainda assim sinto aquele peso quando passo por lá....ele não merecia aquela morte...talvez se eu o tivesse sacrificado
não ter deixado a dor se prolongar... não tentar salvar.... meu Deus, que aflição!
Eu tenho a paz de saber que eu fiz de tudo o que eu pude por ele desde que nós nos adotamos.. dei todo meu amor e carinho... tudo do bom e do melhor... ele também não precisava comer fora porque tinha do melhor em casa... eu sei que fiz 100% por ele... mas na última hora eu não o socorri... isso me dói muito!
Mas ele vai ficar sempre no meu coração!!! Sempre vou lembrar das suas brincadeiras e das mega recepções que ele fazia quando chegávamos em casa vindos da rua.... era uma festa diária!!!
Esse lugar está tão vazio!!!! Sinto uma dor profunda...
Por outro lado, entrego nas mãos divinas o destino daquele que foi seu algoz colocando repugnante veneno em qualquer lugar... é isso!!!
Estas linhas são poucas para eu expressar tudo o que sinto por Mimo. Ele foi um grande amigo! Vou ter sempre belas lembranças suas!
"DESCANSE EM PAZ MEU PEQUENO GRANDE AMIGO FELINO MIMO!"
Gostaria de lhe agradecer por ter desenvolvido este espaço para que nós pudéssemos desabafar e dividir a nossa perda! Obrigada por seu gesto nobre e carinhoso.
---------------
11/04/2010
Ute Rasp
_____________________________________________________________________________________
Muito obrigada pelas palavras de conforto.
Hoje já estou bem melhor do que ontem e assim por diante... tenho exactamente em mente que nós dois fomos muito felizes juntinhos e isso é o que vai ficar na lembrança... os lindos momentos que tivemos juntos!
Ontem ainda providenciei um porta-retratos e coloquei uma linda foto dele junto a uma outra com belas flores do nosso jardim, pra lembrar sempre da sua beleza e meiguice brincando nele.
Os outros gatinhos estão sempre juntos e nós iremos nos divertir da mesma forma que fazíamos quando Mimo estava entre nós.
Mais uma vez obrigada pelo espaço e pela disposição de ler as linhas escrita por mais um coração partido em processo de recuperação.
-----------------
14/04/2010
Ute
Olinda Pernambuco - Brasil
restam Miki, Chuchudo e Branquinha
Amanhã começo um novo trabalho e meus dias já não terão tantas horas para lembrar de Mimo que sempre ficará no meu coração.
Hoje fiz um porta-retratos lindo com uma foto de nós dois juntinhos. Ai ai... que saudades!!!!
Costumo dizer que meus gatos são amigos encapsulados. Mimo era uma grande alma encapsulada em um animal tão amoroso....
De todos os que tenho, Mimo foi o que me escolheu. Ele já era um gato adulto quando ele nos adoptou
Era Maio/Junho de 2006 quando ele apareceu no jardim do prédio onde morávamos e miava quando alguém passava.... vários vizinhos lhe davam atenção e comidinha, mas ninguém o levava para suas casas.
Ele tinha uma feridinha que eu comecei a cuidar mas ele não gostava muito...deixava fazer carinho, mas a feridinha... era difícil cuidar.
Fui cuidando aos poucos e ele sempre ficava ali.. miando gostoso quando a gente passava pelo jardim... fez muitas amizades e inimizades também.
Eu tive vontade de pegá-lo logo, mas já tínhamos 2 gatos bem ciumentos em casa (Chuchudo e Miki).
Bem, após uns dois meses de namoro, Mimo apareceu com um enorme machucado na patinha da frente e veio me pedir socorro... ele caiu na minha frente com muita febre... assim eu resolvi que iria cuidar daquele amigo dali por diante!
Eu o levei ao veterinário que cuidou muito bem dele. Desde então Mimo passou a morar no nosso apartamento enfrentando o ciúme dos outros gatos... deu trabalho mas eles se entenderam.
Ele era um gato que assustava um pouco as pessoas e os outros gatos por causa do seu tamanho, mas logo todos viam que ele era um doce amigão.
Ele tinha uma namorada (castrada) parecida com ele que morava numa casa em frente ao nosso prédio... era um romance muito lindo... às vezes ela vinha até a nossa casa procurá-lo... era muito fofo.
No final de 2007 vendemos nosso apartamento, foi também quando castramos Mimo para evitar as brigas com os outros gatos da vizinhança... Ele brigava demais e voltava sempre bem machucado, ficava bom e voltava a brigar (coisas de gatos, hahahaha).
Nos mudamos para a casa da minha sogra até encontrarmos a nossa casa. Ficamos um ano com ela.
Como na casa da minha sogra tem cães, tivemos que distribuir os gatos entre os amigos que os acolheram com muito amor... Tudo foi muito bem planejado.
Mimo ficou hospedado na casa dos donos da sua namorada e os outros dois ficaram com uma outra amiga. Passamos um ano desse jeito (2008). Sempre ia visitar todos eles... levava ração e muita saudade.
Quando ia visitar Mimo ele vinha até o carro, entrava e ali ficávamos conversando.... ele fazia um monte de carinhos... miava... matávamos a saudade....
Assim ficamos até o dia da mudança para a nova casa!!!!
Quando viajamos para a Alemanha, trouxemos Wiskas de lá para eles conhecerem sabores diferentes... foi bem divertido!!!!
Depois da mudança os gatos vieram para casa e foram introduzidos de forma planejada.
Nesse momento trouxemos a pequena Branquinha e Mimo a adoptou generosamente.
Que coisa mais linda ver meus gatos juntos no jardim
Desde então foram só dias de felicidade..Tive o privilégio de desfrutar da sua companhia nesta casa nova por um ano certinho. Curtimos muitas coisas juntos. As obras, as arrumações, as visitas de amigos, os dias que ficávamos eu e meu marido juntos com os gatos na varanda... tomando vinho... velinha acesa... todos os gatos juntos... Foram dias de pura felicidade até o triste dia de sua partida.
Hoje ainda sinto sua falta no jardim, na cadeira da varanda onde ele costumava ficar me observando enquanto molhava as plantas de tardezinha... Eu colocava música e ia molhar as plantas... Mimo ficava me olhando... ele adorava essa hora do dia. Quando meu marido chegava com o carro à noite, era o momento de Mimo dar sua escapadinha para a rua... ele voltava sempre rapidinho para dormir (fecho meus gatos em casa a noite)... Mimo pulava o muro e corria para a vasilha de comida... foi assim até seu último dia.
Minha ultima visão de Mimo saudável foi essa... ele pulou o muro, entrou e correu para a vasilha de comida dos gatos... eu apaguei a luz e fui dormir. O resto você já conhece.
Bem, Miki de 9 anos, Chuchudo de 7 e Branquinha com um ano e meio estão aqui comigo.
Estou sempre fazendo carinhos e consolando-os pois, incrivelmente, eles também percebem a falta de Mimo.
Sei que iremos escrever uma nova etapa de nossas vidas daqui por diante com muitos momentos de alegria... Mas nunca irei esquecer daquele peludinho fazendo festa no jardim quando eu vinha da rua e dos seus lindos olhos meigos me acompanhando enquanto molhava as plantas do jardim.
Bem, foi muito bom poder escrever isso tudo.... é uma forma de desabafar a saudade que eu sinto!
Um grande abraço amiga Laura!
------------------------
14/04/2010
Ute Rasp
Olinda - Brasil
Lembrei de todos os gatos que passaram por minha vida....
O último que se foi, talvez para um lugar somente destinado aos animais e que deve ser maravilhoso, era o meu dodói...
Billy...que saudade!
Nós já tínhamos cinco gatos e eu via-o na minha porta, mas sem muita coragem de adopta-lo, pois tinha receio que os outros, por ele ser adulto, não acostumassem com ele.
Mas no dia das mães daquele ano, atendendo ao apelo dos meu netos não resisti.
Assim que ele entrou em casa notei como ele era muito especial... Evitava se desentender com os outros.
Passava e nem olhava para eles, mesmo sendo provocado pelos os que já estavam primeiro, e bufavam para ele...
Ah... o olhar dele era todo cheio de ternura e carinho... Logo se identificou com o nome, como se tivesse sido chamado assim a sua vida inteira. Se o chamávamos ele vinha miando, parecendo resmungar. Depois ficava ao nosso lado, ronronando e nos acariciando...
Nós o castramos por prevenção, mas acho que nem teria sido preciso. Ele podia ver o portão aberto , mas nem se aproximava dele.
Aos poucos foi conquistando os outros gatos e se tornou um amigão deles. Sempre juntos, abraçados, dormindo ou acordados, nunca se separavam.
Ficou um lindo felino... Rajado, gordo e preguiçoso como todo gato.
Eu o amava com todo meu coração e gostava de apertar a barriguinha dele que era bem gordinha e fofinha.
Foi aí que nós notamos que ele estava diminuindo seu apetite... Fazia uns quatro anos que nós o tínhamos adoptado. Começou a emagrecer muito.
Levamos a cinco veterinários e nenhum deles sabia o que ele tinha, pois os exames de sangue e fezes nada acusavam... Suspeita de aids felina... Foram feitos mais exames...Ultrassonografias, Rxs.... Negativo!
E assim não tinha dia nenhum que o nosso gatinho não fosse fazer exames ou tomar soro no veterinário. Estava como uma peneira e vinha todo inchado pelo soro que tomava.. .Se recusava a comer... Já tinham examinado todo o corpinho dele... Nada!
Quando ele me olhava eu podia ler em seus expressivos olhos : " Deixem-me ir"....
Mas tão cedo? Ele tinha apenas uns seis anos...
Um dia tomei coragem e deixei de ser egoísta... Ele estava pele e osso. Para mim e para todos nós era um sofrimento terrível vê-lo assim... Imagine para o bichinho, que sofria tudo isso sem um gemido sequer...
Disse ao meu marido: "Vamos deixar de levá-lo nos veterinários... Seja o que Deus quiser"
E assim ele se foi...
Choramos muito a perda desse "filhinho" querido...
Hoje talvez eu tenha entendido porque não foi descoberta a doença dele, por causa do texto Os animais e sua divina função.
Obrigada meu Billy querido, você cumpriu sua missão... Deu sua vida para salvar a nossa...
Está explicado o mistério de sua doença desconhecida!
Vou te amar sempre e sempre!...
------------
10/03/2006
Thereza
Sim, tenha cuidado com os pés ao entrar num aposento: rabo pisado dói pra caramba...
Não tente dormir no meio da cama: fique com a sua beirada.
Não monopolize o travesseiro: divida-o connosco enquanto a gente não o rouba de vez.
Sim, avise antes de fazer a cama para termos tempo de sair debaixo das cobertas.
Não nos enrole nos cobertores e rebole de tanto rir: isso cansa a beleza de qualquer um.
Sim, limpe os lugares ensolarados primeiro. Como é que você quer que a gente durma ali?
Sim, ofereça o seu leite para nós ou ele vai acabar no seu colo.
Não fique em pé para comer: muitos de nós não conseguem pular a essa altura.
Sim, o gatinho velho tem direito à primeira lambidela na tigela do sorvete; e não o filhotinho bonitinho que chegou ontem.
Não brinque mais com um de nós do que com os outros; ou as suas pernas vão acabar cheias de listas vermelhas.
Sim, entenda que escolhemos você porque sabíamos que nos iria alimentar e amar.
Por favor, leia o contracto de novo; especialmente aquela parte a respeito do bife e atum. Alguns de vocês não estão cumprindo a sua parte.
Não esvazie o cesto da roupa limpa com a gente dentro. Sonecas são sagradas, especialmente sobre roupa limpa. E você sempre pode lavá-la de novo!
Não nos tire dos nossos esconderijos para nos apresentar os seus amigos. Se nós quiséssemos conhecê-los não estaríamos escondidos, certo?
Sim, merecemos uma recompensa por nos comportarmos tão bem até todo mundo ter ido para casa.
Sim, nos inclua na pizza com os amigos ou nos vamos sentar nas tampas das pizzas e você não vai comer nenhuma....
Não nos tranque nos quartos, nós conseguimos arranhar a porta por mais tempo do que você consegue nos ignorar.
Não esqueça de nos carregar para a cama. Para quê andar se existe colo??
E não esqueça nunca que nós amamos você!!!!
Assinado: Sua Excelência O GATO
Kika - levantar a patinha para eu a limpar
Quero oferecer-lhes a imagem da Kika com a patinha traseira levantada para a dona limpar o rabinho sujo.
Ela ainda está um pouco incontinente e, com o esforço de lhe enfiarem a comida na boca, sempre se suja um pouco.
Quer lavar-se mas eu digo-lhe: - Deixa, Kika, a dona vai limpar! Ela fica logo quietinha.
Depois eu digo-lhe: - Kikinha, deixa a dona lavar, sim? E ela levanta logo a patinha. Ninguém precisa segurar.
Tem uma relação óptima comigo e conhece tudo quanto lhe digo. É um amor!
A primeira vez que o meu filho e o meu marido assistiram à cena nem queriam acreditar. Já se repetiu tantas vezes que resolvemos fotografar a coisa. E a patinha ainda costuma ser mais levantada, mas não souberam fotografar na hora exacta. Já dá para ver, não é?
Eu limpo, lavo, seco e ela sempre quietinha e de pata no ar.
Aí está ela com o adesivo na barriguinha mas, finalmente de intestinos limpos. Foram-lhe retirados quase 10cm de intestino em más condições. Ela estava literalmente entupida e quase me morria de infecção.
Já vinha em mau estado da outra dona, infelizmente.
Quem pode não amar estes animais?
Ela ainda recusa as latas de comida da dieta. Quer ração mas agora não pode ser. Temos que alimentá-la forçado e dar-lhe a medicação.
Mas que dramalhão!
Não há manta que a segure para dar uma data de seringadas com comida e os comprimidos. Além disso é uma porcaria tal que a gente mete nojo, mais tudo em volta!!! rssssss
Já tive que dar remédios a gatos mas comida... é a primeira vez. Xiiiiiiiiii....... Deus me livre!!!!!!!!! Que loucura!!!!!! Irra!!!!!!!
Eu adoro esta gatinha e já tive diversos gatos, mas esta tem dado trabalho como nenhum outro.
Já limpei mais cocós dela e lavei mais rabinhos, mantinhas, cobertas, toalhas, etc. que dos meus dois filhos. rsssssss
Obrigada pelos conselhos e carinho para nós, amigas.
Se Deus quiser, ela vai ficar boa e a gente ainda se vai rir disto tudo.
A médica ajuda e dá-lhe as refeições matinais mais os comprimidos, o xarope, e 3 injecções, todos os dias às 10 horas. Depois, vamos tomar um café e levamos a Kika connosco, na transportadora. Enquanto lá estamos deixo a caixinha dela junto a mim, numa cadeira e ao sol. Já todos a conhecem e vêm vê-la.
Ao jantar, em casa, a tourada fica por n/conta pois já não tem as injecções.
Durante o dia deixamos que ela decida se quer comer o peixe ou não, mas sempre bebe a água da cozedura, pelo menos, e isso é bom.
De noite, já sai da cestinha, salta para cima de mim e aninha-se ao meu lado, bem encostadinha.
Embrulho-a no meu roupão e lá ficamos as duas muito quentinhas e quietas, com ela a ronronar.
Tenho dormido com ela num quartinho que temos na cave, para não incomodar ninguém e mantê-la limpa, quente e acarinhada.
Quem pode não amar estes animais? Merecem mais do que os humanos que, às vezes, de humanidade nada sabem.
Kika na marquise ao sol, c/o boneco preferido, o coelho
A Kika é um doce e conhece-me como a ninguém. Mal chego junto dela ensaia logo um miado.
Ela confia na dona e sabe que não lhe faço mal, pelo contrário.
Ela aceita que a tape e acomode, lhe ponha um bonequinho de peluche debaixo do queixo porque ela gosta de ter o queixo apoiado quando deitada, etc. Temos uma óptima relação. Mal falo com ela levanta logo a cabeça e abre aqueles imensos olhos.
Além disso, é uma gatinha sofrida e sabe o que passou durante 3 anos na outra dona. Agora acha-se uma princesa cá em casa.
Hoje, que a preocupação começa a desvanecer-se lentamente, abati-me num sofá durante duas horas e dormi sem ouvir coisa alguma. rsssss
Agora que ela já come, embora pouquinho, ficou tudo mais fácil.
Também adoro gatos. Sempre gostei de cães mas nutro uma verdadeira paixão por felinos.
Eles são tão ciosos do seu espaço e da sua independência... São maravilhosos!
Kika Ao sol, ainda de barriguinha rapada
Ela está totalmente recuperada, Graças a Deus! Hoje retirou o penso e está tudo sarado por fora.
Come, bebe e os intestinos funcionam regularmente. E dorme muito, mas isso é próprio dos gatos. rsssss
Nesta foto ela ainda estava um bocado incontinente, daí a fralda onde estava deitada.
Agora já não precisa, felizmente para ela e para mim. Xiiiiiiiiii..... Trabalheira!!!!!!!!!
Aqui está ela a mostrar a barriguinha rapada, (que frio, coitadinha), e a dormitar ao sol, na marquise.
As patinhas também foram rapadas até ao cotovelo por causa das agulhas das análises ao sangue, anestesia, soro, etc.
Enfim, a coitada está um bocado despida, com o casaco de peles esburacado, sempre à procura do sol e anda cheia de frio.
Eu tapo-a com as mantas dela, que são em fleece; leves, fáceis de lavar/secar e muito quentinhas.
A minha coelha (por não ter cauda), a minha chinesa (porque põe muitas vezes os olhos em bico), a minha buzina (é o meu filho que lhe chama assim porque às vezes mia como uma buzina, rsssss) está de volta à grande comilança, apesar da dieta que se irá manter pela vida fora.
Mas come peixinho magro cozido, com um pouco de arroz, latas de dieta especial, e ração também de dieta especial. Vá lá!......
Esperamos que viva muitos anos e bons na nossa companhia, esta lindeza.
Beijos e miaus para todos os amigos da dona, são os desejos dela.
Parece que por dentro a coisa não está a funcionar em pleno pois ela está um bocado incontinente, mesmo de cocós. É um problema que não sei resolver.
A médica diz que demorará cerca de 6 semanas a normalizar. Credo, que loucura! Ela faz onde quer que esteja. Tenho sempre um montão de t-shirts velhas para lavar. Um horror! Ficam manchas líquidas amarelo torrado e pequenos pedaços de cocó.
Estou desconfiada de um remédio que ela toma e é mesmo para obrigar os intestinos a funcionar. Mas, funcionar assim, não me parece certo. E ela já esteve melhor do que está, nesse aspecto.
Também a médica me disse que ela já poderia comer ração, embora de dieta especial para estes casos. E eu também acho que pode ser da ração porque há 2 dias atrás ela estava melhor e não comia ração.
Tenho que fazer umas experiências, amanhã que ela não tem injecções. Também temos que ser um pouco médicos.
Se for realmente da ração vai ser problemático porque ela adora ração, acima de tudo.
Então, começaram os problemas intestinais cada dia piores. Ela começou a rarear de evacuar sozinha.
Primeiro ia semanalmente à clínica para lhe darem um clister que a ajudava a evacuar.
Depois, de dois em 2 dias.
Quando vinha da clínica ficava a transportadora, mais as mantas todas sujas e ela também.
Logo aprendi a dar-lhos eu mesma para, em casa, poder acudir-lhe após o clister.
Esperamos que viva muitos anos e bons na nossa companhia, esta lindeza.
Beijos e miaus para todos os amigos da dona, são os desejos dela.
Parece que por dentro a coisa não está a funcionar em pleno pois ela está um bocado incontinente, mesmo de cocós. É um problema que não sei resolver.
A médica diz que demorará cerca de 6 semanas a normalizar. Credo, que loucura! Ela faz onde quer que esteja. Tenho sempre um montão de t-shirts velhas para lavar. Um horror! Ficam manchas líquidas amarelo torrado e pequenos pedaços de cocó.
Estou desconfiada de um remédio que ela toma e é mesmo para obrigar os intestinos a funcionar. Mas, funcionar assim, não me parece certo. E ela já esteve melhor do que está, nesse aspecto.
Também a médica me disse que ela já poderia comer ração, embora de dieta especial para estes casos. E eu também acho que pode ser da ração porque há 2 dias atrás ela estava melhor e não comia ração.
Tenho que fazer umas experiências, amanhã que ela não tem injecções. Também temos que ser um pouco médicos.
Se for realmente da ração vai ser problemático porque ela adora ração, acima de tudo.
Então, começaram os problemas intestinais cada dia piores. Ela começou a rarear de evacuar sozinha.
Primeiro ia semanalmente à clínica para lhe darem um clister que a ajudava a evacuar.
Depois, de dois em 2 dias.
Quando vinha da clínica ficava a transportadora, mais as mantas todas sujas e ela também.
Logo aprendi a dar-lhos eu mesma para, em casa, poder acudir-lhe após o clister.
Kika - Era a gatinha mais linda que eu já vi
Depois
os problemas foram-se avolumando dia a dia, ela deixou de comer e tivemos que adormecê-la.
Como são difíceis estas resoluções e como eu amava aquela gatinha!...
Ficou-se calmamente nos meus braços entre beijos e afagos.
Viveu connosco pouco mais dum ano mas deixou a minha alma mais vazia e a minha vida mais pobre.
Sempre que nos morre um animal de estimação, ficamos um pouco menos ricos. Vai-se um amor incondicional e inestimável. Nada se lhe compara!
Resta-me a consolação de ter feito quase o impossível para lha dar uma boa qualidade de vida.
Não sei se o consegui, mas o amor que lhe dediquei não tinha limites.
Era a gata mais linda e mais doce que eu já vira. Mais duma centena de fotos servirão para recordá-la.
Adeus, meu amor, nasceu mais uma estrelinha no céu e apagou-se uma luz no meu coração.
NOTA: Tudo se passou entre o ano de 2008 e 2009, mais precisamente entre Abril de 2008 e Junho de 2009, mas só agora tive coragem de juntar as mensagens enviadas para os amigos, compor a história, meter tudo aqui no blog e dedicar à minha amada gatinha Kika.
-----------------------
Laura B. Martins
A Kika, estendida a dormitar no banco do jardim, sol e sombra.
A Kika andava inchada e ficou esta noite na clínica. Parece que não conseguiram que ela evacuasse.
Estou desolada pois não se conseguiu coisa alguma e ela vai ficar mais uma noite sem comer, coitadinha.
Ainda para mais sem a dona de que ela tanto gosta... sempre atrás de mim, a miar-me ou a enrolar-se-me nas pernas.
Acho que amanhã estou lá ao abrir da porta.
Penso que me vão dizer que ela terá que ser operada. Nem quero pensar nisso.
Vou-me deitar pois dormi mal e acho que hoje ainda vou dormir pior, sem ela ali aos pés da cama a ronronar dentro da sua cestinha.
Fizeram-se radiografias e ficámos estarrecidos ao vê-las com os intestinos completamente cheios de fezes.
A Kika esteve esta semana no hospital veterinário para se livrar daquela porcaria toda.
Estes dois últimos dias temos lá ido buscá-la de manhã. Cá em casa, pelo menos, anda à vontade e mexe-se sem estar metida dentro duma box. Volto a levá-la à noite para que lhe dêm os medicamentos e as injecções.
Hoje trouxe-a e vai até passar a noite cá em casa.
Em dias alternados têm-lhe dado clisteres e ela lá vai despejando aquilo tudo mas continua sem ser autónoma. Sendo assim, teremos que ir para a operação ao intestino. É uma operação de risco já que estamos a falar de fezes e tudo pode infectar apesar dos antibióticos, mesmo na própria operação.
Depois, teremos cerca de 10/12 dias de sofrimentos, pensos e colar posto para ela não arrancar os pensos.
Estou desolada com tudo isto, por vê-la sofrer.
Mais tarde, teremos uma nova operação por causa da cabeça do fémur que ela tem partida e soldou fora do lugar. Aliás, estava a provocar-lhe já um desajuste nas articulações da anca. Também se vê muito bem na radiografia. Por isso ela coxeava.
Os problemas intestinais podem ter começado exactamente por aí, se o intestino foi afectado pelo desastre ou atropelamento da gatinha.
O sofrimento disto tudo é tremendo, para nós e para ela; do preço nem se fala.
Kika A dormir antes da operação
A Kika, antes de ser operada, a dormir na cadeira da marquise, ao sol.
É a minha coelha de estimação porque ela não tem cauda.
Realmente, este trimestre não tem sido lá essas coisas.
Espero ter dinheiro que chegue para pagar disto tudo, senão vai ser uma chatice.
Bem, a questão não está no dinheiro mas, sim, no bem estar da gata.
Outra notícia desagradável: nas análises descobrimos que também é portadora da sida dos gatos. Normalmente são infectados por outro portador. Nada a fazer!
Não se transmite ao homem nem aos cães, só a outro gato se ela o arranhar e fizer sangue. Há que ter muito cuidado e nem podemos pensar em ter outro gato.
Estou tão desanimada e penalizada com a bichinha...
Hoje não pode comer a partir da tarde porque vai ser operada na clínica.
Nem sei como é que vou dormir com ela a olhar para mim, esfomeada. Só pode beber água e nada mais.
A Kika nem mia, está dentro da cestinha dela a dormir, coitadinha.
Quando eu for para baixo é que são elas pois também costuma haver em baixo um pratinho com ração, e hoje não há.
Ela tem o hábito de se levantar de noite, ir comer e voltar para a cestinha em cima da minha cama. Comprei-lhe uma cesta que é uma casinha de cão, só com uma entrada redondinha para ela. Adorou e fica lá de noite, muito quentinha. Costumo acordar, sentar-me na cama e fazer-lhe festas, com enorme agrado dela que faz ronron.
Kika abraçar_boneco
A minha gatinha Kika, a minha tartaruguinha (como é costume chamar-se a estes gatos coloridos), foi submetida a uma operação de risco na 3ª feira/5/11/2008 e tem dado muito trabalho e preocupação.
Andávamos preocupados desde há inúmeras semanas.
Nas despesas a gente só fala no fim e se valer a pena; caso contrário é melhor esquecer.
Fomos visitar a Kika, que já estava acordada e metida dentro dum gradeado branco. Está sobre umas fraldas descartáveis e bem aquecida na sala do recobro. Meteram-na dentro duma box especial e de costas para a outra box onde havia um cãozinho também operado porque ela não gostou da companhia. Assim, sente-se mais protegida, embora sózinha.
Quando lá chegámos, viraram a jaula para a gente a ver e ela começou logo a olhar de lado para o outro cão que é do tamanho dela apesar de já ter 9 anos. Pelo menos não soprou.
Ela está a morfina e a soro. Garantiram que não tem dores. Hoje já bebe água e amanhã começa a comer.
Pareceu-nos bem, mas o prognóstico é reservado pois a operação era de risco. Veremos se come, se consegue evacuar e se ao 4º dia vem para casa. Depois disso, ainda poderemos ter sarilhos até ao 10º dia. Há muito para esperar, coitadinha da Kika!
Retiraram quase 10 cm de intestino e fizeram a ligação directa ao cólon que, segundo a médica também já estava a ficar infectado.
Mais uma semana ou duas e ela morria. Poderia não inspirar tantos cuidados se tivesse feito a operação há mais tempo.
Todos os dias tem que ir à clínica para injecções. O pior é que se continuar a recusar a comida estamos muito mal pois só alimentada via intravenosa e veremos se resiste.
Tentamos fugir a isso mas é um drama dar-lhe comida à força e resulta em quase nada porque aquela boquinha pequenina cheia de dentes morde e fecha-se. Abri-la novamente é dramático e trabalham as 4 patas com 5 unhas cada.
Somos 3 a segurá-la e.......... chovem arranhões e dentadas. Quando ela põe os olhos todos negros e sopra, é de fugir.
Compramos uma bisnaga de alimento vitaminado para lhe dar em pequenas porções e ajudar a alimentá-la.
Pelo menos é bom porque ela gosta e lambe. Haja Deus!
Dar comprimidos e seringas com remédios, é outro drama.
Só quem tem ou teve gatos sabe avaliar o que isso custa e o trauma que representa dar-lhes o que quer que seja, forçado.
Quem não tem ou teve gatos, nem vale a pena fazer perguntas pois nunca vai entender.
Estou exausta e muito preocupada com ela.
Aos amigos crentes, uma pequena oração, mesmo que seja por um animal, não magoa o Senhor; pelo contrário, agrada a S. Francisco de Assis, o grande amigo dos animais.
Hoje foi mais um dia de injecções para ela. Depois, só na 2ª feira, e termina, se Deus quiser.
Também já toma só meio comprimido e muito pequenino de manhã e à noite, junto com o xarope. Tudo se torna mais fácil.
Continua em 6/2009.
Vou continuar aqui a história da gata Kika, iniciada em 6/2008, que tamanho desgosto me causou.
É uma história feita de pedaços de mensagens enviadas para os meus amigos virtuais.
Kika ainda de cauda comprida
A Kika ainda com a cauda comprida, quando veio para cá. Só queria comer e dormir. O estado do pêlo era caótico e caía às madeixas. Dava dó, coitadinha.
Agora está fofinho, espesso e suave, parece o pêlo dum gato chartreux, aqueles todos cinzentos e fofos
Ela está a engordar bastante e o pêlo já apresenta melhoras. Parou de cair e começa a ficar lustroso e macio.
E se a vizinha vier reclamá-la leva um chuto no traseiro, porque a bichinha estava uma miséria e agora está linda.
Kika cauda cortada e colar
Agora está um amor mas, de cauda cortada; parece uma coelha gorducha. Foi com muito desgosto que o mandei fazer mas ela vinha com a cauda partida e era apenas uma pendureza que ia gangrenar de tanto bater com ela em todo o lado. Estava insensível por ter a ligação partida entre 2 ossinhos, logo no início da cauda. Pois a Kika parece estar a recuperar muito bem da operação. O malvado colar é que a deixa aborrecida, mas fazer o quê? Anda atrás de mim como um cãozinho e se está na marquise ao sol, assim que eu chamo responde e vem logo. É uma graça de gatinha. Aqueles olhos imensos falam comigo. É realmente muito linda e muito meiga. Tem entre 3 e 4 anos. Quando me vou deitar, lá vou eu para baixo, com 2 sacos de água quente e ponho logo um na cesta da Kika, ao fundo da minha cama. Enquanto ela come (adora comer à noite) e vai à casa de banho, aquece a caminha. Depois, tiro o saco e ela deita-se logo, muito aninhada e quentinha. Como as cestas de Inverno dela têm tecto e laterais, tapo a frente com uma mantinha e lá fica até de madrugada quando sai e vem aninhar-se junto de mim. Quando me levanto, enrolo-a num roupão velho de felpo, e lá fica até mais tarde. Se ela se levanta de madrugada para ir comer, mia para a tapar novamente. É como cuidar de um filho. Rsssss
Kika - um doce no jardim
A Kika no seu local preferido do jardim, à porta da marquise.
Também pode ver-se o coto do rabinho mas agora já está cheio de pêlo e mais composto. Nessa altura o pêlo estava a crescer.
Mas é realmente muito linda e muito meiga, sempre atrás de mim como um cachorrinho.
Continuo a achar que ela canta para mim, pois os miados que me dirige são modulados e parecem música.
Um aparte:
Todos os gatinhos são diferentes, embora muita gente diga que eles são todos iguais. Qual quê?
Eu tinha o Floquinho que quase pronunciava o meu nome quando queria alguma coisa.
Um outro gato anterior que miava diferente sempre que a conversa era comigo.
A Kika que canta.
E agora um casal de gatos, cada um com um som diferente. Um deles produz música autêntica tais as modulações enquanto resmunga porque foi contrariado.
Ela tem um miar que mais parece sempre surpreendida.
A vizinha perguntou pela gata mas não lhe dei saída. Disse-lhe que ela não quer ir para casa e que quando a ponho fora da janela ela volta cá para dentro ou fica lá fora a olhar. Até é verdade!
Já lá vão quase 5 meses. Tem ração especial, caríssima porque tem problemas intestinais pela ausência de cuidados de saúde e tanta porcaria que lhe davam para comer.
Hoje, de tarde, tive que sair para as compras semanais. Deixei os animais todos na marquise ensolarada com a porta aberta para o jardim.
Mostrei à Kika onde ficavam os biscoitos dela, em cima da mesa, junto à janela com a persiana descida. Alto para os cães não irem lá.
Pois quando cheguei ela tinha comido comido metade. É espertíssima e entende tudo que lhe digo, a minha Kika.
De notar que foi a primeira vez que lhe deixei comida naquele local.
Não fossem estas ternuras e comunicação com os meus animais e eu já teria desistido há muito.
Por isso escrevo tanto para animais; porque os compreendo tão bem e os adoro.
Kika um trigre no jardim
Enchi-me de coragem e interpelei a dona dela.
Disse-lhe que tinha operado a gatinha para lhe cortar a cauda.
Ficou uma fera, a mulherzinha!
Que não tinha dado autorização para isso, etc. etc. etc.
Em parte tem razão, mas perde-a quando se sabe o estado em que a gatinha estava.
Receei que começasse a discutir comigo. É gente para isso e muito mais. Foi quando entrou o marido que tinha ouvido uma parte da conversa e disse que a gata tinha sido atropelada mas acharam que não era nada. Daí começou a coxear e julgaram que ainda era só dorido.
Aquilo foi o aloucado do filho deles que anda sempre com os carros a 100 à hora e é um estouvado sem amor aos animais.
Ela ficou danada mas aí eu vim-me embora sem mais aquelas. Tudo começava a fazer-me sentido: O coxear, a cabeça do fémur colada em local impróprio por falta de tratamento, os problemas intestinais
Agora é que nunca mais volta para lá. Nem que eu tenha que meter as mãos nas ancas e discutir que nem uma varina. Homessa!!!!!!!
Tenham um Natal muito feliz mas não se esqueçam dos amiguinhos. Se puderem dar uma prenda a uma criança e torná-la responsável ou a um idoso e torná-lo feliz, não se esqueçam dos gatinhos que estão nas associações à espera de serem adoptados.
Nada os faria mais felizes que passarem a ser a companhia de alguém.
Duma amiga do Brasil, a Marilene, chegou-me uma mensagem bem divertida que diz assim:
Laura.....Laura.....Laura......
Nasceram 6 gatinhos aqui em casa......
são lindooooooosssss
são filhotes da gata preta de minha nora que mora comigo....e tb ama animais.....
A gatinha só tem 9 meses.....mas um gatão que veio pelo telhado pegou a coitadinha e abusou dela.....
É UM PEDÓFILO.....PEGOU A MENININHA DE JEITO ....GRRRRRRR
O Gatão acho que é persa.....enorme.....os gatinhos nasceram todos cor de prata com a cabeça um pouco mais escura...mas não dá pra ver ainda...pois não abriram os olhos
aiiiii to super feliz....pois vou ficar com um só pra mim....
Foi Cezáriana pois não é normal no tamanho da gata nascerem 6 duma vez....hehhehehhe
Ela hoje não deu de mamar a eles precisamos dar mamadeira....hehehhe uma delicia
Agora ela ja está procurando a cria tadinha....mas acho que nem sabe que já é mãe... hehhehehe
beijo
Marilene
Se deseja um animal de companhia, por favor, primeiro dê uma olhadela pelos canis. Possivelmente vai apaixonar-se por algum animal abandonado.
Verá que, sem gastar um cêntimo, pode até levar para casa um animal de raça.
Mas os outros também têm direito à vida.
Condoa-se com a infelicidade alheia e leve um anjinho para casa. Ele vai ficar-lhe agradecido por toda a vida e dedicar-lhe um verdadeiro amor.
----------
Laura
Não sei se este gato pode ser considerado herói, no sentido que é costume dar à palavra herói. Mas este gato da minha amiga de há muitos anos, a Jacqueline, foi encontrado por ela numa rua de Londres, onde havia uma loja de frango frito: esquelético, famélico, sem um olho, o pêlo a cair, sujo, triste e abandonado ou, simplesmente, o chamado gato de rua porque lá nasceu e sempre lá viveu.
O coração da minha amiga Jacqueline não é igual ao das outras pessoas: é um coração feito de qualquer material muito mais mole e adocicado.
Claro está que, com um coração assim, a Jacqueline levou o gatinho para casa.
Só quando o observou melhor é que viu o péssimo estado dele.
Tratou, desparasitou, banhou, alimentou e o gatinho foi-se recompondo.
Acarinhado, nem parece o mesmo.
Quieto no seu cantinho, ou melhor, na sua almofadinha fofa e quente, gosta muito de comer e dormir, pois é um gato muito velho, com cerca de 20 anos, segundo disse o veterinário. Enfim, uma provecta idade para um bichano.
Após este longo prefácio, pergunto eu: - Não acham que é um gato herói?
Quem sobrevive na rua durante 20 anos, maltratado, ao frio, chuva e vento, (e o clima de Londres não é para brincar), comendo o que pode e o que consegue, na maior parte das vezes frango frito, nada saudável para gatos nem para ninguém mas a loja estava mesmo ali, não é um herói? Então o que é?
Pois foi por isso mesmo que o gato Wilson da Jacqueline ficou nesta rubrica dos Gatos Heróis.
----------------------------------------------------
E quanto a mim, que sou a dona do blog, está aqui muito bem e merece. Pelo menos, no fim da vida, que ele tenha as honras dum gato bem tratado e famoso.
Laura
A Jacqueline deixou o seguinte comentário para ajudar este post:
Querida amiga
Obrigado pela homenagem ao meu gato heróico de rua!
Te afirmo que ele foi um verdadeiro HEROI, sobrevivendo a rigorosos invernos, ao descaso, e aos maus tratos que sofreu onde perdeu o olho esquerdo, o que certamente dificultava na hora de caçar; e, também pela idade, a perda dos dentes, a pata quebrada que se recompôs sozinha... o picote de tesoura na orelha.
Um herói sobrevivente das ruas e da crueldade humana.
Mas o que o faz HEROI é o facto de ter se sociabilizado novamente, vencendo os temores e todos os medos que COM MOTIVOS tinha de nós ( OS RACIONAIS) que lhe causamos tanta dor...
Uma vez tendo atenção, tendo afagos, comida decente, cama quente, consegue RETRIBUIR o amor...
Um Herói, eu com meu coração não sou nada comparado a ele, porque se algo similar comigo tivesse acontecido, JAMAIS TERIA CONDIÇÃO DE RECEBER E RETRIBUIR ESSE MESMO AMOR
Esse gatinho sem duvidas é uma lição de vida.
E tenho no coração uma cicatriz arranhada, profunda, felina, por tê-lo perdido; embora eu saiba que no fim de sua vida eu tenha sido seu bónus!
Uma pena não ter encontrado ele antes.
===================
Não será propriamente uma coisa muito boa para os felinos já que gostam de manter o pelo limpo e arrumado. Com ou sem luas, o que é que eles pensarão de tal coisa?
Não me parece que seja bom andarem a lamber a tinta utilizada para as pinturas.
E porquê pintá-los se eles já são tão lindos com as cores que Deus lhes deu?
Ora se doassem o dinheiro empregue nas pinturas às Associações de animais abandonados, que tanto necessitam dele para comprarem comida, pagarem veterinários, acomodações, etc. é que faziam bem. Seria certamente muito mais produtivo e bem empregue e os felinos agradeciam.
Este mundo está às avessas, infelizmente.
Isto não são coisas de gatos, mas sim «COISAS DE DONOS ALUADOS» sem os consultarem primeiro.
------------------
Laura
foto: http://catish.blogspot.com/
Pois é, a gatinha Kika apareceu vinda pelo telhado, a miar à janela da marquise da cozinha, com muita fome
Todos os dias vinha à mesma hora, esfomeada, comia e voltava pelo mesmo caminho. Quando chegava ao cimo do telhado olhava longamente para mim e, tristemente, ia-se embora.
Dava-lhe da ração dos cães na falta de ração de gato e sempre um pires de leite. Após a morte do gato Floquinho eu tinha oferecido as rações e petiscos para gato que tinha em casa.
Ela estava tão mal tratada, coitada, que fui cuidando dela, escovando, comprando comida própria, uns petisquinhos, etc.
Eu bem sabia que ela tinha dona, logo ao virar da esquina; mas se aquilo era uma dona
eu sou um tigre! Sempre a dizer que a gatinha tinha muita comida e lhe comprava ração boa e eu a saber pela minha empregada que lá viveu num anexo que ela quase nunca dava comida e, quando dava eram os restos do peixe, mais espinhas que outra coisa.
Já a mãe desta gatinha também era muito maltratada e acabou por desaparecer.
Quantas noites a minha empregada a recolheu do frio e chuva pois a dona não queria saber.
A malvada deixava a Kika dormir ao frio, desabrigada, em cima duma cadeira e debaixo dum telheiro que nem paredes laterais tinha.
Um dia, ao passar, perguntei-lhe se a gatinha dormia ali e ela respondeu que sim, que ficava bem e estava muit0o quentinha porque a cadeira tinha um forro. Deus me valha! Que ela não podia estar dentro de casa porque o cãozinho e ela não se davam bem. Agora havia lá um cão que a filha lhe tinha oferecido. Então, a Kika foi posta fora.
Onde é que já se viu tal coisa? Assim, sem mais nem menos, se deixa uma coisinha fofinha como esta ao frio? Esta gente não tem coração! Nem entendo se são maus, insensíveis ou parvos, sei lá!
E ainda julgam que os outros também são!
A Kika acabou por ficar cá em casa e nem quer saber da janela aberta. Até foge dela para eu não a mandar para a outra dona.
Aqui em casa se sente bem e é aqui que quer estar.
Começou a dormitar em cima duma manta, ao pé da janela e adorava apanhar sol ali mesmo.
Vagueia pelo quintal mas nunca salta as vedações. Toma o seu sol, brinca com as lagartixas, folhinhas, formigas, etc. e volta para casa quando o sol se vai ou quando tem fome.
Mia e canta para mim pois o miado dela para me chamar é modulado e comprido, tem entoação.
Sinceramente, estou encantada com esta gatinha.
Não que eu precisasse de mais um animal. Não que eu não saiba da carestia para os tratar bem.
Não que eu não saiba do trabalho, pois nunca consegui conviver com um animal sem lhe dar tudo quanto ele merece. E eles sempre me pagam em carinho e amor.
A dona começou a perguntar por ela e eu disse-lhe que ela estava cá e se ma dava.
Que não, porque gostava muito da gata e já tinha gasto muito dinheiro para a castrar. Há cada uma!
Fiz ouvidos de mercador e nunca mais a mandei de volta. Vacinei-a, e o veterinário aconselhou amputar a cauda quase toda porque estava partida e insensível ao toque. Infelizmente esse mesmo veterinário não viu que os danos eram bem maiores.
Mas há veterinários e veterinários. É assim como os n/médicos: há médicos e sapateiros.
Voltei a falar com a dona dela e disse que ela precisava da cauda amputada porque poderia gangrenar por causa de andar a bater com a cauda em todo o lado.
Resposta: - Não senhora porque a gata fica muito feia sem cauda! Ela ficou assim desde que foi castrada. A veterinária disse que tocaram num nervo, sem querer, mas que não tinha importância nenhuma.
Já viram isto? Então a beleza está primeiro que a saúde? E uma cauda insensível não tem importância?
Esta saga da Kika segue em Janeiro/2009.
----------
5/2008
Laura
Estava a Áurea descansando com seu gato na cadeira de balanço na sacada da casa, reflectindo sobre sua longa vida...
Quando, de repente, uma fada surge na frente dela e a informa que ela tem direito a três desejos.
- " Bom ...", diz a Áurea ... " creio que eu gostaria de ser muito rica.
*** Pufff *** a cadeira de balanço dela se transforma em puro ouro.
- " Uau, eu acho que eu não me importaria de ser mais jovem e maravilhosa.
*** Pufff *** ela se transforma num clone da Vera Fischer.
- " E o seu terceiro desejo ? " pergunta a fada para ela ...
- " Bom, você poderia transformar meu gato num formoso príncipe ?
*** Pufff *** e diante dela está um jovem mais formoso que qualquer um poderia imaginar, mais lindo que o Ricky Martin ...
A Áurea já pensando em sexo, fica embasbacada olhando pro ex-actual-gato, agora humano tão lindo quanto um actor da Globo.
Então, ele se aproxima e com um sorriso de afrouxar os joelhos de qualquer uma, abaixa-se e sussurra no ouvido da fogosa mulher ...
- " Eu aposto que agora você deve estar super arrependida de ter me mandado castrar, sua perua..."
Aqui estou eu, mais uma vez, a escrever-lhe umas palavrinhas e envio também uma foto da kity a melhor amiguinha do Mateus. Desde que ele partiu é assim, passa os dias triste e quando eu chego a casa, muito carente.
Laura devo dizer que a Kity é uma gatinha tripé, não sei bem o que lhe aconteceu sei que em finais de Julho de 2006, passei á porta da veterinária de família umas 3 vezes em dias diferentes claro.
E na vitrina via sempre aquele gatito preto para adopção até que um dia entrei para comprar comida para o MATEUS, ele tinha de fazer uma alimentação cuidada visto ter cálculos renais.
Olhando para a empregada fiz o seguinte comentário: Coitadito, vê-se mesmo que é preto, ninguém o quer. Já o vejo aqui, pelo menos á 2 semanas. E a srª disse: - Não é só o facto de ser preta, pois é uma menina, mas tem falta de uma patinha traseira.
Laura devo dizer que não segurei as lágrimas e de imediato disse que ficava com ela.
Quando no dia a seguir fui falar com a veterinária esta disse-me que ficou contentíssima quando soube quem tinha levado a sassi como ela lhe chamava.
E contou-me que a Kity tinha lá chegado acompanhada de um casal, com a patinha simplesmente presa por um tendão, e que o dito casal lhe pediu que a abatesse. A Drª recusou e disse que a gatita só tinha a patinha naquele estado, não era caso para ser abatida.
Certo é que hoje vive comigo e, mesmo sem uma patinha, faz tudo o que os outros fazem: sai á rua sobre minha supervisão, vai ao areão e sobe para a minha cama, pois desde que o Mateus partiu é a minha companheira das noites, sempre com ar muito triste.
Devo acrescentar que no dia em que o Mateus partiu, ela teve perfeita consciência que ia ficar sem o amiguinho pois teve 40 de febre e costuma dar miados como se do seu amiguinho andasse á procura.
Foi mais uma história da minha vida que quis partilhar consigo nesta noite fria e triste. Devo dizer também, Laura, que todos os animais que possuo eram abandonados mas hoje têm a sua casinha aqui comigo, que os adoro, embora o meu anjo Mateus já tenha partido.
Espero não maçá-la, uma boa noite e beijinhos.
--------------
25/02/2008
Ana Parreira
Ainda há quem tenha um coração tão doce como o mel. A Ana não resistiu e levou com ela a gatinha tripé. Bem que ela sabia como ia ser difícil encontrar-lhe um lar.
É assim amigos, quem gosta, gosta sempre. Eu e a Ana amamos gatos!
------------
Laura
Tão de mansinho ela chegou, pelo telhado, breves miados, na janela da marquise.
Abri, fiz-lhe umas festas. Ventre inchado, pêlo sem brilho, pressenti que havia crise.
Lembrei-me de ter visto noutra rua, à porta de vizinha descuidada,
uma gatinha com tão pouca sorte sua, vidinha triste, e semi-abandonada.
Alguns biscoitos dos meus cães ofereci; tudo foi prontamente devorado.
Olhou-me bem de frente e o que vi foi um gatinho maltratado, magoado.
Deu meia volta, recusou a minha oferta de entrada na marquise. A coitada,
voltou diariamente e, mais aberta, comeu peixe cozido, consolada.
A gata foi entrando, a pouco e pouco, apreciando a carícia, a escovadela.
Eu me deliciei pois, só um louco, não amaria esta bichinha magrizela.
-------------------------
13/5/2008
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores nº 20958
Gato Mateus: 2002 - 11/08/2007
Hoje, dia 5/02/2008 chegou à minha caixa do correio uma mensagem triste, muito triste, de mais uma dona que ficou sem o seu amado bichinho de estimação.
Sei dar o valor a esse tipo de sofrimento pois passei pelo mesmo quando perdi o meu amor Floco de Neve.
Pronto, minha amiga, aqui está a sua história, o seu desgosto bem expresso e, mais do que tudo, o seu imenso amor aos animais. Bem haja e recomponha-se depressa porque os outros animais precisam de si.
Além do desgosto de ficarem sem o amigo, ainda sentem a dona tão distante.
Não pode ser assim, minha amiga. Pense um pouco neles, que nem falam para aliviar a saudade.
Um beijo para si
Laura
O meu ANJO MATEUS apareceu na minha vida de forma repentina, numa tarde em que me desloco ao local onde se encontram os depósitos do lixo para o de minha casa depositar, que devem ficar a 20metros de minha casa só que noutra rua comigo também ia a minha prima. Quando me viro já de retorno a casa vejo um gatito que teria por volta de uns 7 meses que passa pela minha prima que o tenta acariciar mas o objectivo era mesmo a minha pessoa a decisão dele era mesmo vir ter comigo que de imediato o peguei ao colo e dei mimos mimos beijos beijos, as pessoas que por ali estavam disseram que tinha aparecido por ali e que o tentavam afugentar mas ele não saía por nada. Escusado será dizer que já não o larguei mais dei-lhe banho comida e muito mimo muito muito.
Não querendo maçá-la, muito vou tentar abreviar até porque as lágrimas não me deixam ser muito concisa,só sei dizer que viveu comigo 5 anos e me deixou sem qualquer preparação pois dia 5/08/07 é diagnosticada leucemia fulminante ao qual viria a falecer dia 11/08/07 na casinha dele com a veterinária de família pois já mais o deixaria partir naquele hospital onde acho que pioraram a sua situação devido à frieza e desumanidade que ali assisti.
Laura digo veterinária de, família pois possuo 6 cães e 7 gatos, mas o Mateus era único e por isso digo que foi ele que partiu pois era o meu equilíbrio aquele que sabia quando eu menos bem estava e quando ouvia o carro vinha sempre para a porta assim que eu abria era aquela figurinha linda que me cumprimentava e já não me largava mais no escritório no quarto pois sempre dormiu comigo e hoje sinto um vazio e uma profunda tristeza.
Devo dizer que os 2 gatos que mais próximo dele estavam ainda hoje não brincam e tal como eu vivem tristes onde por vezes miam miam como se o procurassem, enfim que tristeza... vou terminar por aqui pois não consigo mais
HÁ SENTIMENTOS QUE NÃO SE DESCREVEM,
SAUDADES QUE NÃO ACABAM,
RISOS QUE PARTEM,
LÁGRIMAS QUE FICAM,
PENSAMENTOS DISTANTES,
AMORES PERDIDOS QUE,
PARTIRAM(?)PARA SEMPRE
DEDICO ESTAS PALAVRAS AO MEU ANJO MATEUS
------------------
Ana Parreira
O vínculo entre homens e pets passa por uma nova transformação, acredita Mauro Lantzman. Cães e gatos estão cada vez mais dentro de casa por conta da nova organização urbana (proliferação de apartamentos, quintais menores).
Com essa interacção, eles acabaram estreitando suas relações sociais e afectivas, muitas vezes suprindo essa carência humana, numa sociedade individualista e solitária.
Tanto do ponto de vista cultural como biológico, o homem vem lapidando seu aprendizado com os bichos pelo contacto e também pela observação, analisa o professor Mauro Lantzman. "E os pets adaptam seu repertório comportamental à convivência com os seres humanos."
É difícil negar que o convívio entre os donos e bichos traga ganhos tanto para a saúde como para a mente. Um trauma, por exemplo, que pode causar um sequestro relâmpago, foi encurtado graças à acção de (quem diria) uma poodle.
Vale registrar que qualquer cachorro, independentemente da raça, tem instintos de defesa e protecção, segundo Rubia, autora de uma pesquisa sobre agressividade canina. A reacção depende do tipo de relação que o animal mantém com as pessoas e do seu vínculo afectivo.
O contacto com gatos gera uma passividade e calma relativa a estes animais. Quando se espreguiçam, sabem fazê-lo e enquanto ronronam transmitem uma calma própria dos felinos.
-------------------------
Artigo recebido via Internet e retirado duma revista de pets.
A gente já devia saber que eles não resistem. hihihi
Ralhar para quê?
Eles são mesmo assim, brincalhões!
Queridos gatinhos!
Coloque-se no lugar de seu melhor amigo. Isso mesmo: daquele safardeta muito amado, ou do pinscher brincalhão, do belo dálmata com sua roupagem de pierrô, do poodle esperto e sensível, do rottweiler pesadão, do elegante cocker, do engraçado "salsicha". Não importa. Ele (ou ela) ama você e sua família "de paixão". Vocês são a razão de sua vida. Ele brinca com as crianças, guarda sua casa, defende vocês de qualquer perigo - mesmo se isso lhe custar a própria vida.
Agora, você e a família vão embora, para as férias merecidas, o ansiado descanso anual. Ele, porém, esse amigo querido e tão fiel, ficará sozinho. Apesar de sua inteligência, ele não compreende por que o abandonam. O que será que ele fez de tão grave? Por que o deixam sozinho por tanto tempo? Às vezes, um estranho vem trocar sua água, ou colocar ração no comedouro, mas logo vai embora. Então, nada mais resta para o infeliz animal a não ser uivar, latir, chorar, contando ao mundo a sua dor.
Há pessoas, como uma vizinha que tive, que são capazes de deixar seus cães amarrados a postes, com cordas de pouco mais de um metro, a pleno sol; que não limpam seus dejectos nem o local onde dormem; que lhes deixam baldes de água para beber, mas não trocam o seu conteúdo; que, em vez de ração ou comida feita especialmente para eles, lhes jogam pães velhos. Felizmente, naquele caso, um parente da mulher condoeu-se dos animais - mãe e filhote - e acabou levando-os embora.
Tenho a esperança de que esse tipo de pessoa pertença a uma triste minoria, que ignora sentimentos como a compaixão e a amizade, e que, na verdade, não é digna do animal que mantém. Nem sempre é possível levar um cão, ou outro animal de estimação, para o local das férias. Existem, porém, soluções para o problema: "hotéis" para animais, o cuidado de amigos ou parentes que o animal conhece, e que lhe fornecerão algum apoio e companhia.
Coloque-se no lugar do seu melhor amigo!
O gato Óscar não é médico. Na verdade, não consta que tenha sequer frequentado o ensino básico. Mas, apesar da evidente falta de qualificações, e mesmo com a grande desvantagem que é não ter polegares oponíveis, Óscar é uma referência para os profissionais de saúde do Steere House Nursing and Rehabilitation Centre, em Providence, nos Estados Unidos, que trata doentes com Alzheimer e Parkinson. Uma espécie de Dr. House, mas com mais pêlo e sem o vício em Vicodin. Só que Óscar não tem o dom de salvar vidas a sua especialidade é saber qual dos pacientes já tem hora marcada com a morte.
Num artigo publicado no prestigiado New England Journal of Medicine, o geriatra e professor universitário David Sosa explica como Óscar anuncia a morte iminente de um doente. Todos os dias, Óscar levanta-se da sua posição favorita e dá início a um passeio pelo 3º piso do centro de saúde. Quarto após quarto, o gatinho de dois anos de idade vai-se abeirando das camas, cheira os doentes e, de vez em quando, entrega a sua mensagem de morte: sobe para a cama, enrosca-se no corpo do doente e fica ao seu lado até ao último suspiro.
Este comportamento já foi verificado por mais de 25 vezes, segundo o professor da Universidade Brown, num testemunho corroborado pela sua colega Joan Teno. Em declarações à Associated Press, esta especialista em tratamento de doentes terminais da Universidade Brown diz mesmo que Óscar não tem rival na desagradável tarefa de predizer a morte de um paciente.
Jean Teno conta que ficou convencida quando presenciou o 13º caso do mensageiro da morte de quatro patas. Numa das suas incursões aos quartos do hospital, Óscar não subiu para a cama de uma doente que os médicos sabiam estar a viver as suas últimas horas. Quando Joan Teno esperava que Óscar transformasse em comportamento aquilo que já todos sabiam, o gatinho retirou-se do quarto, deixando a especialista convicta de que tudo afinal não passava de uma série de coincidências. Dez horas mais tarde, a paciente soltava o seu último suspiro, já sem a presença de Joan Teno. O que a médica só veio a saber mais tarde é que Óscar tinha regressado ao quarto da doente duas horas antes da sua morte. Subiu para a cama, enroscou-se e ficou ao seu lado até ao último suspiro. A médica tinha errado o seu prognóstico por algumas horas, mas o gato estivera lá no último momento.
Sem explicações
Ninguém sabe explicar o comportamento de Óscar. Para a médica Jean Teno, o gato responderá a cheiros, ou então conseguirá interpretar algo a partir do comportamento das enfermeiras, que o criaram desde bebé.
Já Nicholas Dodman, especialista em comportamento animal no hospital veterinário da Universidade de Tufts, no estado do Massachusetts, considera que a chave está no tempo que Óscar dispensa aos vivos e aos moribundos. Para Dodman, quando o gato sobe para a cama de um doente pode estar apenas à procura do cobertor aquecido com que as enfermeiras costumam tapar as pessoas que estão prestes a morrer.
Seja qual for a explicação, os médicos e as enfermeiras do Steere House Nursing and Rehabilitation Centre consideram que a colaboração de Óscar é inestimável, já que lhes permite telefonar aos familiares dos doentes para que estes não passem sozinhos os seus últimos momentos de vida. Ou pelo menos que os passem acompanhados pelos seus entes queridos, já que ninguém lhes tira o calor de uma pequena bola de pêlo cinzento e branco.
-----------------------------
26/07/2007
Alexandre Martins
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1300563
História publicada no New England Journal of Medicine
Meu nome é Giana, tenho um filho de 5 anos e crianças que frequentam a minha casa!!!
A nossa gatinha Yoli, de 11 meses, um bichinho muito querido por nós apareceu morta misteriosamente, sem nenhuma doença aparente no domingo dia 27/11/2005.
Não conformados, levamo-la para realizar uma autópsia numa clínica de patologia especializada. Para nossa surpresa, a patologista nos informou que a hipótese de doença estava totalmente descartada, inclusive as doenças microscópicas, e confirmou que ela havia sido intoxicada por alguma substância letal. Perguntei à ela, se poderia ter sido alguma planta que ela poderia ter ingerido.
A Dra. me informou que existe uma planta ornamental que causa intoxicação em seres vivos, chamasse Oleandro, e possui uma flor, normalmente rosa (pode ser outras cores).
Para minha surpresa, na quinta-feira, dia 24/11/2005, 4 dias antes da morte de nosso bichinho, eu havia comprado na Feira Modelo de minha rua, uma flor com essas características, por R$ 0,60 centavos. Feira essa, fiscalizada e autorizada pela SMIC, Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Sentei no computador e comecei minha pesquisa pelo nome da planta (que realmente era a mesma que eu havia comprado!), e veja o que descobri:
Esta é a foto da aparente florzinha inofensiva:
*Outros nomes populares : espirradeira, oleandro, flor-de-são-josé , loureiro-rosa e loandro-da-índia, loendro, nério...
*Constituintes Químicos : oleandrina, neriantina
*Contra Indicações : tóxica, uma única folha pode causar envenamento .
*Parte Tóxica: Toda planta, mesmo depois de morta.
*Dose Letal : 0,18 g da planta pode causar a morte de um homem de 80 Kg.
*Sintomas da Intoxicação : dores abdominais, pulsação acelerada, diarreia, vertigem, sonolência, náusea, vómitos, coma e morte. Os sintomas podem ocorrer várias horas após a ingestão
Obs: Cerca de 15-20 g , pode matar um bovino ou um equino. Existem casos registrados de morte de humanos em decorrência de intoxicação.
Por favor, divulguem para o máximo de pessoas possíveis, porque hoje foi nosso bichinho de estimação, amanhã não sabemos quem poderá ser vítima da inofensiva florzinha de R$ 0,60 centavos... E cuidem o que levam para suas casas, as crianças e animais são os principais alvos de acidentes.
-----------------------
Giana Guimarães
21/12/2005
artigo recebido directamente de
Martha Maganha
http://fotolog.terra.com.br/martha_maganha
NOTA:
Não é só esta planta que mata os n/animais ou crianças. A lista ainda é grande.
Vou tentar encontrar os seus nomes e deixá-los aqui no Blog.
Entretanto, lembrem-se de comprar para os gatos de apartamento, que não saem e não têm acesso a plantas que lhes são necessárias na alimentação, uma embalagem de plantas próprias para eles que se encontram à venda nas casas de rações ou nas de venda de animais. Vá substituindo à medida que sequem ou terminem. Eles agradecem e, pelo menos, poderemos evitar que comam ou destruam plantas caseiras.
Os cães, como são trazidos à rua, descobrem-nas por si mesmos.
---------------------
Laura B. Martins
Estes ratinhos são mesmo espertos. Em que instantes conseguiu a amizade do gato! hehehe
Numa chácara onde morei, a gata nunca desmamou seu gato, mesmo quando ele se tornou adulto e ela já não tinha leite.
Num dia qualquer, ela deu à luz quatro gatinhos.
A essa altura, ela já estava morando em outra casa, mas vinha dar todo o seu leite, que agora tinha, para o seu amado filhão.
Um garoto vinha buscá-la à força para que os filhotes não morressem de fome.
Não sei se essas estranhezas acontecem devido à domesticação de animais, ou se também podem acontecer na vida selvagem.
Não sei.
-------------
20/07/2006
Ana Suzuki
Gostava de te saber escondido,
dentro dos muros que albergam o meu lar.
Espaço entre 4 paredes, protegido;
ou no jardim, ao sol, a passear.
Deixa o mundo lá fora. Ficas bem
junto de quem só pensa em afagar-te.
Insistes em sair? Nada o detém!
Força-te a natureza, ao chamar-te.
De coração apertado, abro-te a porta
e deixo-te sair. És um ingrato!
Saber que voltas pra mim... não me conforta.
Na contraluz reparo: é caricato
amar o belo ser que se recorta,
de cauda erguida, vaidoso. Sai o gato!
10/09/2003
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 2095
Queria hoje estar a seu laspan>
numa relação de amizade
e carinho, assim...
Ouvir juntos esta música...
Sentir ternura e paixão...
Chamar-lhe de ''meu bem
ou de amorzão''.
Precisa mais do quê, heim?!
Este pequeno instante
já me seria o bastante
para sentir muito feliz!
E você, o que me diz?
-----------
*Emiele*
Um dia, apareceu sobre o muro de divisória da vivenda ao lado, um gato esquálido, pele e osso.
Estranhamente, ele aceitou um pequeno pedaço de comida... dia a dia, ele se foi aproximando mais, sem receio dos dois cães...
Me via e vinha logo correndo, saltando do muro para o chão, tendo eu de afastar os cachorros, de seu hábito matarem todos os felinos que entrassem no quintal.
E o gato, de cor clara, parecendo com sangue de siamês, mais manso se mostrou: indiferente aos cães, de vez em quando uma sapatada sem unhas afastava os focinhos.
Veio entrando em casa, com sua malga com a figura de Mikey com sua ração sobre a arca frigorífica para que o Apolo e Ringo não a esvaziassem. Sentado, em fracos miados frente ao frigorífico, pedia seu leite, deixando o Apolo aguardando que ele terminasse para avançar.
Passou a ser hábito: "queres leitinho?" e lá vinham os dois, Gatto e Apolo, para a cozinha. O Gatto, maneando as ancas e cauda bem levantada e Apolo sempre olhando onde estava o pequenino compincha para se aproveitar dos mimos: a fatia de mortadela, o fiambre, o chouriço, o bocado de carne crua.
Se o Ringo era ciumento da sua tigela para com o Apolo, o Gatto verificava o conteúdo de cada comedouro, ou muitas vezes afastava a cabeçorra do Apolo que tinha seu tamanho.
Muitas vezes, o Apolo empurrava o Gatto para ansiosamente comer, ou até os dois bebiam ao mesmo tempo da malga da água.
Como passou a casa a ser fechada toda a noite para não ir dormir na rua, brigando com os outros da sua espécie; de manhã, bastava a dona colocar os pés no chão para os três caminharem para a porta a fim de se lhes abrir o portão para darem sua voltinha higiénica no bairro. Tamanho não importava: cada um "impunha" seu peso para passar à frente dos outros. O Ringo sempre mais expansivo ao se pôr em pé e nas suas corridinhas.
O Gatto conquistou seu lugar na família: numa estranha devoção, me escolhia para seu pedido de ir fazer o xi-xi ao quintal(nunca conspurcou a casa), miando virado para a janela do quarto de um modo mais aflitivo. Noites passou a meu lado, na cadeira de plástico, me fazendo companhia ao longo da madrugada. Para chamar a atenção, unhava a cadeira, sossegando nas festas, virando para ser coçado no ponto que ele desejava, ou até lhe ser passado o pente no queixo, nas faces, no pescoço. Muitas vezes se pisou a cauda, tanto por nós como o Apolo com seus 60 quilos: miava na dor mas nunca tomou qualquer atitude agressiva: nunca mordeu, arranhou ou "cardou" se mexido na barriga.
Farejava de muito longe quando a Elaine mexia em carne ou peixe: logo ia para o lado dela em miados fraquinhos, esperando que se lhe dessem na boca em pequeninos pedaços, porque não apanhava do chão, ficando para o Apolo.
Apolo, se sentava, esperando que o Gatto satisfeito se afastasse com sua preguiça a esticar todo o corpo.
Mas tinha seu defeito: o manso em casa se mostrava de total agressividade para qualquer gato que invadisse seu território: se algum até trepasse numa árvore, ele o puxava para o chão para se lançar como fera; todos os dias, mais uma cicatriz, uma ferida, uma unha partida e lá vinha a água oxigenada, o desinfectante.
De banho, não gostava: se debaixo de duche com água morna, esbugalhava os olhos e berrava como se tivesse chegado o último dia de sua vida; mas isso se resolveu, quando passou a ser numa bacia já com a espuma de shampu. Tentava sempre fugir, mas sem nunca ser agressivo, depois esfregado numa toalha felpuda e absorvente.
Fazia a sua vida programada: de manhã deitado na área de serviço, à tarde desaparecia para ao anoitecer ser detido quando me vinha pedir para o levar à ração, lhe pegar ao colo para não ter o trabalho de saltar cerca de 80cm em altura.
Ontem, noite escura, ouvi seus dois miados aflitos à entrada da porta da sala. Seu ventre descaído, olhos semicerrados. Levei-o para o sofá, onde soltou vómito amarelado. Suas unhas estavam desfiadas de tentar saltar o muro e sem forças descair, mas tinha conseguido regressar. Tinha conseguido vencer o obstáculo e vir me procurar para o socorrer. Procurou a companhia quer do Ringo, quer do Apolo, se chegando a eles na sua perda consecutiva de forças
De manhã, começou a correria em encontrar um veterinário que soubesse sobre felinos. Primeira clínica, segunda clínica onde poderia ser radiografado ou até operado. No meu colo, seu miado solto quando se passava sobre algum quebra-molas, sua boca salivando, aberta..
Se ficou, de agulha de soro no braço listrado, numa morte calma, como se tivesse apagado por interruptor vagaroso.
Olhei para ele, me recordando que nunca tivera qualquer gato, na minha preferência por cachorros.
Revivi o que ele nos 3 ou 4 meses fora meu amigo, dos cachorros, da dona, à sua maneira independente-dependente.
Com ódio de mim mesmo, por saber que nunca me deveria agarrar ao que quer que seja, mas com a consciência que tudo lhe fiz para ele se sentisse feliz.
Vontade de o chamar ao portão da rua: "onde está o Gatto?" e como que visão já passada, o ver a correr para casa ou a fingir nada ouvir olhando ou se coçando de focinho virado para o lado contrário.
Esvaziar a tigela, arrumar a lata colorida da ração, guardar no depósito do quintal a sua cesta almofadada, esvaziar o plástico com fundo coberto de areia, me libertando de olhar para as coisas que lhe tinham servido.
Sinto a falta dele, sinto sua ausente presença na casa, no quintal onde ele sempre me acompanhava quando regava ou tratava da orquídeas e das roseiras: ficava deitado, de mãos recolhidas no peito, me olhando curioso.
Me é doloroso, ver a carrada de areia espalhada lá no fundo do terreno onde ele adorava fazer suas higiénicas necessidades; onde ele esfregava o focinho na esquina; onde ele cheirava delicadamente a grama para retardar a entrada na casa, passando por baixo do lento Apolo, empurrando suavemente o Ringo na porta da cozinha.
Fica a lembrança de quem mostrou humilde amizade, subentender seu reconhecimento por deixar a fome e o desamparo, a sua ternura de ao passar por mim, esfregar levemente a cabeça nos meus pés pendurados do sofá, como que dizendo: "pronto! cheguei, estou aqui!"
Fica descansado, meu Gatto: dentro de mim fica o rasgão da perda da tua companhia.
-------------------------------
Elaine e Henrique
http://www.sokarinhos.com.br/pa_h/pa_henrique3.htm
Abordei esse tema por vários motivos. Um deles é o meu inesgotável amor aos animais.
Os ditos domésticos sempre foram meus amigos desde cedo e desde sempre. Quando criança, sempre foram companheiros leais e constantes para o meu solitário mundo infantil.
Tive muitos gatos e hoje falo especialmente de um: Ravengar. Baptizei-o assim, pois estava no ar uma novela chamada Que Rei Sou Eu?", na Rede Globo. Referia-se a um bruxo da Corte.
Mas o meu Ravengar era do BEM. Era todo preto e muito peludo, o que lhe dava um charme
especial. Recebeu todo o carinho e cuidados e retribuía com muitas demonstrações de afecto. Disseram-me que ele seria meu guardião das energias negativas. E foi assim que um dia ele tomou o primeiro impacto. Ficou estranho, cabisbaixo e
O dono do lugar já foi adiantando logo após examiná-lo: Ele não tem muito tempo de vida.
Entrei em desespero. Ravengar já estava comigo há mais de dois anos e eu não ia recuar.
Mas logo apareceu o outro veterinário e discretamente me perguntou: Você acredita em magia? Esse gato segurou uma que vinha em sua direcção".
Lembrei, imediatamente, do que havia sido falado quanto a ele ser meu guardião.
Falei para o Zé Carlos segurar o Ravengar na clínica, pois eu voltaria logo. Fui, então, pra casa, me concentrei e limpei completamente a magia dele, à distância. Não podia fazer ali, na Veterinária, pois nada entenderiam.
Retornei e o Ravengar começou a melhorar.
Desde esse episódio ele nunca mais ficou doente.
Lembro de um fato engraçado durante a minha gravidez... meu filho se mexia muito e eu deitada na minha cama, barrigão de 8 meses pra cima, com Ravengar sentado ao lado da barriga; víamos meu filho fazendo uma bagunça lá dentro como se fosse uma provocação.
Ravengar ficava com os olhinhos matreiros e dava tapinhas carinhosos com sua patinha como se quisesse brincar com aquela bolinha rolando por debaixo da pele.
Assim como o Ravengar, vários animais de estimação fazem silenciosamente o seu trabalho de proteger-nos. Pra quem não sabe, eles nos ajudam a caminhar aqui na Terra.
Os cachorros, quando ficam perto do dono sem que este o chame, podem estar identificando doenças físicas que muitas vezes se desconhece. Os cachorros também ajudam na transmutação de emoções como tristeza, melancolia, etc.
Os gatos ajudam a transmutar as energias negativas do lugar, atraindo pra si essas influências.
Ravengar viveu até os 14 anos. Hoje guardo o seu retrato em minha casa como um grande amigo que certamente tive.
Dizem os mestres ascensionados que quando um amigo do reino animal se vai, em 3 meses ele poderá voltar a você em outro corpo para continuar te protegendo. Poderá ser um outro gato ou
mesmo um animal de uma outra espécie. Você o reconhecerá pelo olhar.
O meu amigo peludo se foi há 8 anos.
Há 10 anos tenho outro amigo chamado Gaspar.
Este é todo branco. Só falta falar. Todos os dias na mesma hora me acorda, tocando o meu braço com delicadeza, me espera na porta como se fosse um cachorro e se comporta como tal.
Eu o chamo e ele, de onde estiver, vem miando como se respondesse: "Estou aqui!.
Quem tem bicho em casa sabe. São leais e amorosos.
Recentemente descobri que esses maravilhosos companheiros são levados para visitarem pessoas idosas nos asilos. Ajudam-nas a se exercitarem. É uma equipe de treinadores que
desenvolve esse trabalho com muito bons resultados. São óptimas companhias para pessoas que vivem sozinhas, em apartamentos, desenvolvendo nelas o amor constante.
Precisamos conscientizar as pessoas, principalmente as crianças, que ter um bicho de estimação é muito sério. Quem não trata bem os animais adquire um karma grave.
Já ouvi pessoas afirmarem que não gostam de bichos. Desconfio sempre de pessoas assim. Quem não gosta de bicho não gosta de gente, não gosta de nada.
Tem também aquelas que gostam momentaneamente. Vão a uma loja e acham uma gracinha o animal ali exposto e o levam pra casa sem ter nenhuma ideia de como proceder.
Na primeira dificuldade que surge, quando precisam viajar, despejam o animal no primeiro abrigo como se fosse uma roupa que não mais se quer usar.
Sou sócia da SUIPA - Sociedade União Internacional Protectora dos Animais - aqui no Rio de Janeiro que abriga, em sua sede, cerca de 9 mil cães abandonados, além de quase 700 felinos e de outras espécies que chegam, diariamente, trazidos por pessoas que os abandonam com várias desculpas:
mudança de endereço; animal idoso e com problemas de odor; nascimento de bebés; pedido de médicos de várias especialidades; separação de casal; desemprego; despejo; além dos humanos bonzinhos que mentem dizendo que o animal havia sido recolhido da rua, por eles, naquele exacto momento.
Ao irem embora, muitos dos animais recolhidos uivam e entram em depressão até à morte. Animais também são trazidos pelo Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Policias Civil, Militar e Federal, empresas privadas e até Prefeituras de municípios próximos.
Há de chegar o tempo em que os bichos não mais terão medo dos seres humanos, como aconteceu, recentemente nas Montanhas Foja, na ilha indonésia da Nova Guiné, onde foi descoberto um paraíso escondido, com mais de 700 tipos de plantas e animais.
O local, que se manteve intocado pelos humanos, é o mais próximo do Jardim do Éden que se pode encontrar no planeta. São os sinais do céu na Terra!
--------------
10/3/2006
Vera Ghimel
Vamos cantas as Janeiras...
Vamos cantas as Janeiras...
Porque está um frio danado, vamos...
Aquecer co'as brincadeiras!...
Mas olhem como ela está linda, a gatinha da Lúcia. O que faz o amor!...
E se pensarmos que ela estava para adopção porque alguém não a quis...
Muito obrigada, Lúcia, pela foto e óptimas notícias. Você não só salvou uma pequena vida como o seu coração ficou preenchido com um novo amor, após a perda da linda Puf.
Um beijão, minha amiga dos animais.
--------
Laura
Lúcia, desgostosa com a perda da sua gatinha adoptou, dum Pet, a linda Memé!
Bravo, Lúcia! Assim mesmo é que se faz.
Quem dera que todos fossem como vc e não se importassem tanto com pedigrees e raças que só servem para o luxo, enquanto outros sofrem abandonados.
Um beijo para vc, amiga do Brasil.
-------------------
Laura
Da Sônia Catharina os gatos Fofo e Nicole.
Mas ainda falta um. Outro dia eu ponho, quando ela mandar a fotografia!
Ora cá está ela, a gatinha Vitória!
Brasil
Gata amamenta ratinho faminto
Nasceram os gatinhos e alguém levou um rato pensando em dar um petisco especial para a gata, que em vez de devorar preferiu adoptar o ratinho. Se tentassem levá-lo embora ela corria atrás e aninhava o bichinho de volta entre seus filhotes. Talvez sentisse bem a tragédia vivida por ela e assim quisesse compensar o mundo.
Quem sabe?
Brasil
Gata adopta filhote de lobo e salva sua vida
Caso raro no mundo animal, uma gata adoptou o filhote de um lobo-guará.
Amamentado e criado como se fosse um filho durante seis meses, o lobo Kadu está pronto para voltar ao Jardim Zoológico de Belo Horizonte, Minas Gerais.
Kadu nasceu em cativeiro, seus dois irmãos morreram e ele foi rejeitado pela mãe. Estava anémico, correndo risco de morte.
A veterinária Deborah Amaral, que fazia estágio no Zoo, se ofereceu como voluntária para salvar o lobinho. Levou Kadu para casa.
Sua gata Kika dera cria, e Deborah fez um teste, colocando o lobinho, com apenas 15 centímetros, junto da ninhada de gatinhos. Kika o adoptou imediatamente.
Deborah doou 2 e ficou com os outros dois gatinhos da ninhada, que brincam com o irmão lobo pelo quintal.
"Pelo que notei nesses seis meses cuidando do Kadu, sua espécie, que é muito arisca quando em liberdade, consegue, porém, retribuir gestos de carinho", diz a veterinária.
---------
8/2006
EUA
Gato salva menina de estupro
LANSiNG, MiCHiGAN, EUA
Uma menina de sete anos, que levava seu gatinho para passear, foi raptada por um homem de 36 anos. Em sua casa, ele tampou a boca da criança com fita adesiva e tentava arrancar suas roupas quando o gato, que estava com a criança, atacou ferozmente o estuprador.
Graças à acção do bravo bichano a menina conseguiu fugir.
O homem foi encontrado pela polícia. Estava escondido no porão de sua própria casa e vai pegar no mínimo 10 anos de cadeia.
Nova Zelândia
Gato salva seu dono de incêndio
PAPAKURA, NOVA ZELÂNDiA
O gato SiMBA salvou a vida de seu dono de 15 anos. Uma vela, acesa em cima da TV, provocou um incêndio na garagem onde Sam Shanahan dormia.
Simba pressentiu o perigo e sinalizou miando alto e arranhando a porta da garagem.
"Ele agia com muito mais disposição do que faz normalmente, quando quer comida", disse Leone, a mãe de Sam.
"Fui ver o que era, abri a porta e havia fumaça por todo lado. Chamei os bombeiros e Sam foi salvo."
--------
8/2006
A magia da cama dos donos é muito forte para qualquer animal de estimação.
Já tive um cágado que conseguia subir pela colcha da cama e deitar-se encostado ao travesseiro.
Passado um tempo, aprendeu a amarinhar pelas roupas e conseguia meter-se entre os dois lençóis. Era pavoroso abrir a cama e dar lá com ele, muito sossegado entre a roupinha branca.
Gatos e cães, adoram subir para a cama dos donos e refastelarem-se lá.
Se os donos estiverem presentes
ainda melhor!!!!!!!
Então, vale deitar encostadinho ao dono se não puder ser mesmo em cima do dono, no caso dos gatos.
O meu gatinho adorava deitar-se sobre a barriga do dono.
-------------------
27/09/2006
Laura B. Martins
Se um gato pudesse escrever, talvez escrevesse uma carta como essa:
Prezado colega bípede,
Para você, humano, que nunca teve contacto com animais como eu, (e que não sabe, portanto, o que é ser gato), quero informar algumas características da minha espécie.
Desde pequenininho soube que a limpeza é uma das minhas marcas registradas.
Minha mãe me lambia dedicadamente até meu pêlo ficar limpinho e macio.
Logo aprendi e passei a me lamber sozinho.
Se nada estiver errado com minha saúde, é assim que você vai me ver todos os dias: limpinho e, ainda assim, me limpando a toda hora.
E para minha saúde estar sempre óptima, me leve logo ao veterinário. Eu preciso de vacinas para não ter doenças, e preciso, quando pequeno, de tratamento para vermes, pulgas ou parasitas. Eu não quero infectar a sua casa.
O doutor também explicará quais cuidados deve ter comigo e qual o melhor alimento para mim.
Ah, sim, não esqueça de deixar sempre à minha disposição água limpa e fresca, para beber.
Por favor, para que não nos faça sofrer, me dê uma caixa com granulado sanitário (ou até mesmo areia).
Farei minhas necessidades lá e agradeço a sua atenção em retirar a areia suja sempre que possível. Meu olfacto é muitas vezes mais sensível que o dos cães (que já é muito poderoso) e eu não suporto mau cheiro.
Pensando bem, você também detesta usar um banheiro sujo, não é mesmo?
E detestaria ver que eu usei os seus vasos de plantas (ou outros lugares) para me aliviar, né?
E eu ficaria muito sentido de ver você bravo comigo...
Precisamos confiar plenamente um no outro. Por isso, por favor, não me castigue se eu fizer alguma arte com algum objecto seu.
É simples: você não me bate e não me ameaça e eu não arranho nem mordo você...
Se eu fizer algo que você não gosta, fale comigo num tom de voz um pouco mais sério. Diga não com pouquinho mais de energia, e eu já aprenderei que aquilo que eu fiz deve ser algo que lhe desagrada.
Sou bem menos explícito, de maneira geral, do que o nosso colega da raça canina.
Não espere que seu seja submisso como ele. Tenho personalidade forte e agradeço o respeito que você puder me dedicar. A prática disso entre vocês, humanos, produz os melhores resultados. Comigo não é diferente.
Além disso, eu respeito muito a sua personalidade e a sua maneira de ser. Com a convivência, você verá que eu sou muito subtil, quase telepático, no que se refere à nossa comunicação. Quanto estou satisfeito e me sentindo protegido, eu ronrono.
Quanto mais você me observar, mais se acalmará e aumentará sua sensibilidade e intuição.
É uma óptima terapia.
Outra característica minha é a curiosidade. Estou atento a tudo e examino cada coisa nova que aparece na minha frente.
Se você trouxer uma sacola, eu acabarei entrando dentro dela.
Se trouxer uma caixa, acharei delicioso me esconder lá.
Adoro novidades, mistérios e esconderijos! Vivo procurando lugares inusitados para me esconder (e tirar uma boa soneca) ou só para me divertir.
Quando eu vivia com minha mãe e meus irmãos, eu achava que estava no Paraíso. Aliás, estava mesmo!
Quando fui separado deles, fiz um reconhecimento do novo lugar onde passei a viver e fiz dele o meu novo Paraíso. Onde quer que eu esteja, levo junto a consciência de estar num bom lugar.
Esta é minha filosofia de vida: acredito fervorosamente que tudo o que existe faz parte do Paraíso e está aqui para meu prazer. E vivo com sabedoria.
Como o Paraíso sugere bem-estar, felicidade e plenitude, encaro todas as coisas que me rodeiam de uma forma peculiar: tudo, para mim, é presente de Deus e pode ser usufruído com alegria.
Tudo o que existe, para mim, é coisa de brincar. Sou como a mais inocente das criancinhas.
Tudo eu transformo em brinquedo, tudo existe para me fazer feliz.
Nunca me foi dito que existe algum brinquedo proibido no Paraíso. Portanto, se houver alguma coisa na sua casa que você queria que eu não chegue perto, que eu não brinque ou deite nela, por favor, me oriente. Delicadamente. Eu sou muito sensível e inteligente e aprendo bem rapidamente.
Também sou brincalhão e muito sensível aos sentimentos humanos e a tudo que os cerca.
Sou muito feliz por estar vivo e logo você notará esse meu sentimento.
Espero até, de alguma forma, que isso seja contagioso e você assimile esse meu maravilhoso sentimento de ser uma criatura de Deus que vive, feliz, num Paraíso. Mas, o que é melhor: sem nenhum sentimento de pecado, de culpa ou de vergonha.
Espero que sejamos muito felizes juntos.
Um ron-ron agradecido a você, do seu
Gato.
------------------------------
donaminucia@bol.com.br
Brasília-DF
No primeiro dia, Deus criou o Gato.
No segundo dia, Deus criou o homem, para servir o Gato.
No terceiro dia, Deus criou todos os animais da Terra, para serem um potencial alimento do Gato.
No quarto dia, Deus criou o trabalho honesto, para que o homem trabalhasse para o bem estar do Gato.
No quinto dia, Deus criou a bola, para que o gato pudesse jogar, ou não, com ela.
No sexto dia, Deus criou a Ciência Veterinária, para manter o Gato saudável e o homem endividado. No sétimo dia, Deus tratou de descansar, mas antes teve de limpar a caixa de areia do Gato.
-------------
19/02/2005
Bitoquinhas
Como todo mundo, você quer brincar, curtir a vida, experimentar coisas novas...
Conhecer gente legal, fazer bons amigos, encontrar o emprego ideal, um grande amor...
Ser feliz...
Quem não quer?
De preferência, sem correr risco de se machucar, ter decepções ou mágoas.
Ainda por cima, com a garantia de não pagar mico por ser rejeitado, ignorado, traído e outros-ados-e-idos.
Onde obter essa garantia, se até Deus já avisou para cada um fazer a sua parte? (rs).
Como é que fica?
Alguém falou: querer é fazer.
Mas, apesar da vontade, podemos apresentar uma montanha de justificativas para não sair do lugar e permanecer na inércia.
Por que existe uma distância enorme entre o que planejamos e o que, efectivamente, conseguimos realizar?
Na maioria das vezes, não é a falta de talento ou de habilidade que cria os impedimentos.
Quem atrapalha a vida da gente é o pequeno limite que nos concedemos: a propriedade reconhecida em cartório pessoal. Aquele território, em que nossos olhos, conhecimentos ou sentidos alcançam.
Como no mundo animal, o espaço é demarcado por nosso "xixi mental".
Êta, mundinho apertado!!!!
Vamos cair na vida?
-----------------------
15/10/2004
Ângela Moura (Angel)
www.angelamoura.com
Hoje quero falar-lhe, Presidente, da nota discordante que observei
na Ilha da Madeira, onde contente, Vossa Excelência preside, qual um rei.
A natureza calma do ilhéu acaba por tornar-se num defeito;
e, neste caso, até faz dele um réu. Ignorar animais não tem mais jeito.
Estive na sua ilha uma semana, duas, três, ficaria toda a vida.
Trouxe no coração, a desumana nota que entristeceu a minha ida.
Saí para jantar naquela rua de muitos restaurantes e esplanadas,
junto ao Windsor Hotel. Por culpa sua, encontrei uma gata abandonada.
Os restos de comida que lhe dava, não minoravam a sede de carinho
e o pavor que, de tal modo, a perturbava quando via passar outro gatinho.
Escondeu-se no meu colo, assustada. Escorreu-me a lágrima, como fiozinho,
e perguntei porque ninguém fazia nada (?...) mas cada um só vê e segue o seu caminho.
O lindo animal de olhos verdosos sofre, por falta de politização.
Aos ilhéus, que por norma são bondosos, ensine-os também a ter coração.
Perdida... abandonada... feriados... fazer alguma coisa eu não podia.
Serviços Camarários fechados no fim de semana da 'Autonomia'.
Senhor Presidente, isto é um apelo! Faça V.ª Ex. alguma coisa!
Faça da sua ilha um modelo, já que em Lisboa não tenho quem me oiça.
Crie um serviço que auxilie os animais. Há sites para tudo em Internet.
Zelar por homens, flores e outros que tais, no paraíso dessa ilha a si compete.
Ensine aos seus patrícios 'irmandade', faça campanhas de politização.
Eles adoram-no! Acredite, que é verdade! Mais uma vez, levante a mão, e diga: - Não!
-----------------------------
12/02/2002
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores nº 20958
Esse poema (ou história) é verídico(a).
Quando eu trabalhava na Tractores do Brasil (isso já faz alguns anos), o pai de um colega de trabalho escreveu-o para a esposa e entregou-o com o presente. E para quem "é antigo" se lembrará do lugar em São Paulo, onde o facto ocorreu. Espero que gostem!
Transcrição "ipsis literis".
Com carinho
Cris
==============
CAIXA DE BOMBONS
Às vezes paro diante dum mostruário, por motivo qualquer, ou sem motivo...
Apraz-me ver o que há de extraordinário na vitrine dalgum bazar festivo...
Quando a afluência do povo é grande, passo sem me dar por achado ou por presente.
Não gosto de ficar em pouco espaço, comprimido da turba irreverente...
Isto vem a propósito de um caso que me forjou da regra, uma excepção,
ocorrido - digamos - por acaso, em local de vistosa encenação.
Passando, há dias, calmo, indiferente, pelo acanhado Largo do Tesouro,
vi, na casa da esquina, muita gente a examinar bombons e fios de ouro.
Parei! Uma surpresa (e que surpresa) deparou-se-me logo, de mansinho,
uma caixa de fina singeleza, Exibindo a figura de um gatinho.
Olhei a caixa, olhei os circunstantes; havia pouco espaço, mas fiquei,
a contemplar o gato, alguns instantes, e a me lembrar de coisas que nem sei...
Veio o êxtase: que bela perspectiva! Que bonito desenho, que primor!
Que inspiração risonha e sugestiva Tu me trazes, gatinho, meu amor!
Embalado na doce fantasia de seus traços tão belos e perfeitos,
pareceu-me que o gato se mexia, procurando apossar-se de uns confeitos...
E depois, uma espécie de receio... (Coisa com que não há quem não se afecte...)
Fui perdendo a delícia do recreio: - esse gato, meu Deus, me compromete!...
Quis fugir, mas senti-me sem coragem, de o deixar, à mercê dalgum curioso,
de perder todo o encanto da miragem que me fazia alegre, venturoso...
Pensei: Deixá-lo aqui, não me convém; está só na vitrine o meu gatinho;
demais, é bem possível vir alguém e levar para sempre, o pobrezinho...
Mal pensei, luminosa rutilante, uma ideia ocorreu-me finalmente;
comprei com a caixa o gato interessante E oferecer-te todo de presente.
--------------------
Joel de Almeida
NOTA: Não sei que mais aprecie; se o facto da lembrança ter sido resgatar o gatinho, se a gentileza do presente da caixinha de bombons à esposa.
---------------------------
Laura B. Martins
Transcrevo aqui a mensagem da Lúcia expondo o seu desgosto pela morte da gatinha Puf. Nem todos podem, querem ou sabem escrever grandes e comoventes discursos mas, para todos, a perda dum companheiro é uma intensa dor. A Lúcia transcreveu um artigo para todos os sofredores.
Oi, Laura Há alguns meses escrevi dizendo p/ me consolar pois minha gatinha estava com câncer. A PUF tinha 13 anos e me foi muito companheira, era minha "sombra" dentro de casa. Sei que nem todas as pessoas entendem a dor de se perder um bichinho de estimação. Quarta-feira -dia 05.04.2006, levei-a sacrificar. Foi uma das coisas mais dolorosas que fiz na vida. Desculpe...mas precisava desabafar...estou sofrendo muito...
Te envio abaixo um artigo que encontrei na Internet sobre perda de animais de estimação.
Espero que possa ajudar alguém.
-----------------------------------
8/04/2006 - Lúcia (Balão Azul Miniaturas)
Pessoas não dão importância à dor da perda de um pet, mas segundo psicólogo americano, é mais importante do que parece.
Por Adriana Mori
A perda trágica de um pet, como a que sofreu a família Clinton, deveria ser vista com mais seriedade. Segundo o psicólogo americano Larry Lachman, a morte de Buddy traz efeitos semelhantes à perda de um ente querido. Há 16 anos, o Dr. Lachman vem dando apoio psicológico a grupos de pessoas que perderam seus bichos de estimação.
O Dr. Lachman diz que a morte de um animal de estimação é uma perda verdadeira e a dor deve ser respeitada. "As pessoas sofrem proporcionalmente ao que amaram o animal. Perdas muito grandes podem demorar de seis meses a quatro anos para serem superadas", diz Lachman. Para ele, a sociedade em que vivemos lida com o medo da morte negando-a, o que piora o sofrimento causado pela perda.
Para quem está sofrendo com a partida de um pet, o psicólogo dá algumas dicas. "Perder, sofrer, curar, entender, tudo faz com que aprendamos e cresçamos como pessoas", diz Lachman.
- Extravase seus sentimentos
- Proteja-se em um casulo emocional
- Descanse bastante, perder alguém importante cansa bastante
- Respeite a importância de sua perda
- Seja paciente com o processo de aceitação de sua perda
- Não pare de se alimentar
- Coloque as coisas em perspectiva e leve seu sofrimento a sério
- Procure pessoas que compreendam sua situação ou que estejam vivendo a mesma, para conforto
Conheça as fases do luto:
Segundo Jennifer Marshall, conselheira expert em lidar com a perda de pets, a dor pela morte de um animal de estimação pode ter diferentes estágios.
A perda começa no momento em que o pet morre e vem acompanhada pelo sentimento de impotência que pode durar de horas a semanas. É um período descrito normalmente como "irreal" (vivido, por exemplo, por quem opta pela eutanásia do seu animal). Pessoas nessa fase podem ter ideias confusas, indiferença, pensar em suicídio, sentir-se impotente, euforia ou histeria, sentir-se fora de seu corpo, ficar subitamente falante demais e negar a perda.
Quando a saudade do bicho que se foi aperta muito, passamos para a fase de procura. Nesse estágio, o dono se ocupa com pensamentos do animal morto, sonha com ele e chega a ver ou ouvir o bicho chamando. Sentimentos comum ente descritos são tristeza, medo, raiva, irritabilidade, culpa e carência. Às vezes a raiva não é direccionada à perda, mas sim a alguém da família, o veterinário, a si mesmo ou a Deus. A pessoa pode de repente ter uma crise de choro e fisicamente, pode ficar doente, sentir dor e ter alterações bruscas de peso, cansaço e mudança no apetite.
Na fase de desorganização, acontece a volta e a adaptação à vida sem o pet, o que pode causar um pouco de confusão, já que a pessoa necessita avaliar e aprender novas formas de organizar a vida (por exemplo, como preencher aquele espaço vazio sem que alguém venha cumprimentar pelo "progresso").
As pessoas que sofrem se esquecem que a dor é um processo e por meio dele, aprende a lutar contra ela. O pet que se foi não será esquecido, mas o dono aprende a viver com essa perda e reorganiza sua vida. A intensidade da dor diminui e as pessoas descobrem que elas ainda podem comer e dormir, até ter novos pets. A tristeza e as lágrimas podem acontecer, bem como as alegrias de ter de novo um pet em casa.
Apoio garantido
Nos Estados Unidos, existem grupos especializados em dar apoio psicológico a pessoas que perderam seus pets. A American Pet Loss and Bereavement (www.aplb.org), entidade sem fins lucrativos que reúne conselheiros especializados em lidar com a dor da perda de animais de estimação. "Trata-se de um serviço muito importante, pois se a conexão entre o proprietário e o pet era forte, o sofrimento causado pela morte do animal é muito intensa e se não tratada, o trauma pode trazer sérias consequências. No caso de deficientes, essa perda é ainda mais crítica", diz Cheryl Nahas, conselheira responsável por cães de serviço da APLB.
===========================
Aqui estou, no computador, tentando minimizar uma "puta" dor... hoje eu me permito xingar a dor, porque está doendo muito.
Tive que reconhecer minha impossibilidade de continuar cuidando do gato Tom e tomei a drástica decisão de abrir mão da companhia dele. Quero lembrar que nunca escondi o privilégio que foi ter a companhia do Tom (gato mesmo, o bicho...), mas, apesar de não possuir mais o forte apelo sexual comum aos gatos (graças a uma intervenção cirúrgica simples e barata...) e de ter sido criado dentro de casa, o Tom ainda é gato SRD (mestiço com vira-lata)... e quer sair do quintal, pois fica alucinado p/caçar os passarinhos que abundam na região onde moro... mando deixá-lo dentro do meu pequeno quintal e ele mia desesperadamente, esgotando a paciência das pessoas q contratei p/me ajudar.
É... a perda equivale a um bicho bravo e por isto estou tentando enfrentá-la.
Outrossim, eu acredito que quando qualquer tipo de sentimento nos sufoca devemos dividi-lo...
O Tom ainda está por aqui e eu ainda posso curtir aquela criatura manhosa que ronrona perto de mim...
Mas sei que os animais irracionais são responsabilidade dos humanos racionais e que, p/o Tom, é mais importante "lá fora" do que "aqui dentro".
Sei também que ele continuará sendo bem cuidado, pois vai p/a casa da minha afilhada (que sempre foi a verdadeira dona dele...) p/onde irá levando a "caminha", as tigelinhas onde come e bebe e demais objectos de uso diário.
E agora, falem comigo:
- Tchau Tom.
----------------------------------------
3/10/2005
Janice
janice.silveira@terra.com.br
http://planeta.terra.com.br/arte/janice/
Oi, Laura!
O Tom não saiu da casa da minha afilhada (que é neta da minha irmã)... quando ela tinha 7 anos, queria um bichinho de estimação e optamos (ela e eu) por um gato.
Um pouco antes, eu soubera por um dos meus filhos que, na cidadezinha à beira-mar em que o futuro sogro dele tinha uma casa, um gato persa, numa escapadela do gatil comercial onde vivia, deixou prenha uma gata sem raça definida e o proprietário do gatil estava, num gesto generoso, cuidando da ninhada e arranjando quem quisesse ficar com os gatinhos. E ele trouxe o Tom p/a minha casa, enquanto eu esperaria pelo aniversário (8 anos) da minha afilhada, p/o qual faltava uns poucos dias. Nesse tempo eu lembrei que a mãe dela era alérgica e, sabe né? menina de 8 anos... gatinho novo... sempre fica dentro de casa e sobra pra mãe da caçula cuidar. Convencemos a menina de q o gatinho seria dela, mas que eu cuidaria dele... e cuidei por quase 8 anos... depois que ele ficou grandinho, foi devidamente castrado e andava pelo condomínio onde moro... mas ele foi crescendo e começou a achar q as dez casas do condomínio eram dele :-)))) entrava em todas e dormia nas camas, bem na hora em que os vizinhos estavam se aprontando para ir prò trabalho. Depois de algumas reclamações, decidi que ele não deveria mais sair sozinho. Mas o Tom tem fortes instintos felinos e como eu não podia sair da cama na hora em q ele acordava, ele ficava dentro de casa desesperado p/sair por aí e miava insistentemente, irritando muuuuito as pessoas q cuidam de mim e eu ficava muito estressada.
Com medo de ter um "piripac" e ficar mais "derd-derd" do que já sou:-))) resolvi doá-lo ao veterinário q atende a bicharada aqui de casa... mas ninguém atendeu o telefone na clínica. Então telefonei pra minha afilhada e a mãe dela disse que talvez viesse buscar o gato, mas que antes consultaria marido e filhos. Desligamos o telefone e eu ponderei comigo mesma: o Tom já está bem grandinho, a Ju (minha afilhada) já tem quase 15 anos... então se o Tom tiver que dormir na varanda, tudo bem.
Perto do meio-dia, a Va (comadre) telefonou avisando que viria buscar o gato e pediu que eu separasse as coisas dele.
Laura, como aquilo doeu! Nem eu mesma imaginava o quanto me apegara ao Tom. Mas há ocasiões em que é preciso "queimar a ponte" (metáfora popular) até o fim, para não poder voltar, por mais que doa.
Agora vem a parte q vc sabe...
Depois a mãe da minha afilhada veio, no final da tarde, buscar o Tom e mais tarde me contou que ele "grudou no tapete do carro", perto dela e o 'cumpadre' teve que arrancá-lo dali e fiquei imaginando o medo do bichinho... diante dessa informação, dormi mal naquela noite, com medo que ele fugisse... e, além dessa preocupação, o Theo (o siamês velho) passou a noite a procurá-lo e só dormiu aos poucos (aquele sono mal dormido)... mas no dia seguinte me senti melhor, pois telefonei pra 'cumadre' e soube que o Tom, apesar de assustado e com medo (o q considero normal) optou por dormir na lavandaria e, pela manhã, comeu e bebeu normalmente, fez xixi e cocó no lugar certo, enfim, o organismo não se alterou e, psicologicamente, ele está se ajeitando na nova família, o que significa que está sentindo condições para superar o próprio medo. Agora é só deixar a natureza fazer seu trabalho... e lá o quintal é grande, ele vai se dar bem e será feliz, na sua vidinha de gato.
"Tudo está bem quando acaba bem" e acabo de receber um e-mail com boas notícias. Veja:
Oi Tia,
Não se preocupe, que o Tom está óptimo. Hoje ele está recolhido à lavandaria e à churrasqueira por causa da chuva, mas está muito comportado.
Ontem no fim do dia ele foi conhecer em baixo da minha casa. Lá é bem limpo e seco, pois a casa é alta do chão ( quase dois metros ). Tem areia bem seca lá, e ele "vasculhou" um pouco.
Ele atende quando a gente chama. Ontem o Rodrigo deitou na rede e ele imediatamente subiu no colo dele. Quando as meninas chegaram da escola ele apareceu para " dar um oi".
Tudo está bem no front!!!
Quanto à alergia, ainda não senti nada. quando eu entro na lavandaria, fico bem pouco tempo. É só colocar as roupas na máquina e sair. Acho que não vai ter problema.
Valéria
Sabe, Laura, o tom era um gatinho bem michuruca:-))), mas ficou lindão... afinal ele é um vira-lata bem tratado.
Veja fotos no meu site: clique em ANIMAIS e viaje, como eu já viajei em três dos seus blogs.
Quanto a mim, foi melhor provocar toda essa situação, do que ficar me estressando diariamente com miados do Tom e resmungos das cuidadoras.
-----------------------------------
5/10/2005
Janice
janice.silveira@terra.com.br
http://planeta.terra.com.br/arte/janice/
"Bichos polémicos sem o querer, porque sábios, mas inquietantes, talvez por isso.
Nada é mais incómodo que o silencioso bastar-se dos gatos. O só pedir a quem amam. O só amar a quem os merece.
O homem quer o bicho espojado, submisso, cheio de súplica, temor, reverência, obediência. O gato não satisfaz as necessidades doentias do amor. Só as saudáveis.
Lembrei, então, de dizer, dos gatos, o que a observação de alguns anos me deu. Quem sabe, talvez, ocorra o milagre de iluminar um coração a eles fechado? Quem sabe, entendendo-os melhor, estabelece-se um grau de compreensão, uma possibilidade de luz e vida onde há ódio e temor? Quem sabe São Francisco de Assis não está por trás do Mago Merlin, soprando-me o artigo?
Já viu gato amestrado, de chapeuzinho ridículo, obedecendo às ordens de um pilantra que vive às custas dele? Não! Até o bondoso elefante veste saiote e dança a valsa no circo. O leal cachorro no fundo compreende as agruras do dono e faz a gentileza de ganhar a vida por ele. O leão e o tigre se amesquinham na jaula. Gato não. Ele só aceita uma relação de independência e afecto. E como não cede ao homem, mesmo quando dele dependente, é chamado de arrogante, egoísta, safado, espertalhão ou falso.
"Falso", porque não aceita a nossa falsidade com ele e só admite afecto com troca e respeito pela individualidade. O gato não gosta de alguém porque precisa gostar para se sentir melhor. Ele gosta pelo amor que lhe é próprio, que é dele e ele o dá se quiser.
O gato devolve ao homem a exacta medida da relação que dele parte. Sábio, é espelho. O gato é zen. O gato é Tao. Ele conhece o segredo da não-acção que não é inacção.
Nada pede a quem não o quer. Exigente com quem ama, mas só depois de muito certificar-se. Não pede amor, mas se lhe dá, então ele exige.
Sim, o gato não pede amor. Nem depende dele. Mas, quando o sente, é capaz de amar muito. Discretamente, porém sem derramar-se.O gato é um italiano educado na Inglaterra. Sente como um italiano mas se comporta como um lorde inglês.
Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não transa o gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Ele vê além, por dentro e pelo avesso. Relaciona-se com a essência. Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E se defende do afago. A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso , quando surge nele um ato de entrega, de subida no colo ou manifestação de afecto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado. É um gesto de confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento.
O homem não sabe ver o gato, mas o gato sabe ver o homem. Se há desarmonia real ou latente, o gato sente. Se há solidão, ele sabe e atenua como pode (ele que enfrenta a própria solidão de maneira muito mais valente que nós). Se há pessoas agressivas em torno ou carregadas de maus fluidos, ele se afasta. Nada diz, não reclama. Afasta-se. Quem não o sabe "ler" pensa que "ele não está ali. Presente ou ausente, ele ensina e manifesta algo. Perto ou longe, olhando ou fingindo não ver, ele está comunicando códigos que nem sempre (ou quase nunca) sabemos traduzir.
O gato vê mais e vê dentro e além de nós. Relaciona-se com fluidos, auras, fantasmas amigos e opressores. O gato é médium, bruxo, alquimista e parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente a nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério. O gato é um monge portátil à disposição de quem o saiba perceber.
Monge, sim, refinado, silencioso, meditativo e sábio monge, a nos devolver as perguntas medrosas esperando que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer preparado, já conhecido e trilhado. O gato sempre responde com uma nova questão, remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à certeza de que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e de novas inter-relações, infinitas, entre as coisas.
O gato é uma lição diária de afecto verdadeiro e fiel. Suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega, atenção. Desatentos não agradam os gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precise de promoção ou explicação, quer afirmação. Vive do verdadeiro e não se ilude com aparências. Ninguém em toda natureza aprendeu a bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato!
Lição de sono e de musculação, o gato nos ensina todas as posições de respiração ioga. Ensina a dormir com entrega total e diluição recuperante no Cosmos. Ensina a espreguiçar-se com a massagem mais completa em todos em todos os músculos, preparando-os para a aço imediata. Se os preparadores físicos aprendessem o aquecimento do gato, os jogadores reservas não levariam tanto tempo ( quase 15 minutos) se aquecendo para entrar em campo.
O gato sai do sono para o máximo de aço, tensão e elasticidade num segundo. Conhece o desempenho preciso e milimétrico de cada parte do seu corpo, a qual ama e preserva como a um templo.
Lição de saúde sexual e sensualidade. Lição de envolvimento amoroso com dedicação integral de vários dias. Lição de organização familiar e de definição de espaço próprio e território pessoal. Lição de anatomia, equilíbrio, desempenho muscular. Lição de salto. Lição de silêncio. Lição de descanso. Lição de introversão. Lição de contacto com o mistério, com o escuro, com a sombra. Lição de religiosidade sem ícones.
Lição de alimentação e requinte. Lição de bom gosto e senso de oportunidade. Lição de vida, enfim, a mais completa, diária, silenciosa, educada, sem cobranças, sem veemências, sem exigências.
O gato é uma chance de interiorização e sabedoria posta pelo mistério à disposição do homem."
---------------------
Artur da Távola