Floco de Neve, último adeus!
Agradecimento aos meus amigos, nesta hora de amargura!
Sabem , meus amigos... ele era a minha companhia de noite e de dia. Dormia comigo, em cima da minha cama, aos pés, na cestinha dele, que tem cobertura e ainda o tapava com uma mantinha porque ele era muito friorento.
Quando ele fungava, e estava com o narizinho mais entupido, eu sentava-me na cama e acariciava-o até ele sossegar.
Andava atrás de mim como se de um cãozinho se tratasse.
Todas as noites ele sabia quando eu estava mesmo para descer e ir deitar. Eu durmo no andar de baixo. Saía da cestinha, ia comer, fazer chichi, beber uma pinguinha de água e sentava-se à minha espera.
Eu carregava a cesta dele para baixo, e ele descia, logo atrás.
Sentava-se no tapete do quarto até eu ter tudo arrumado.
Deitava-se, não sem antes tentar meter-se dentro da minha cama. Todas as noites era a mesma cena.
Quando ele não estava assim doente, muitas vezes dormia dentro da minha cama, coisa que ele adorava - deitar a cabeça na minha almofada e ficar ali como uma pessoa.
Neste último ano de 2004 é que ele piorou e sangrava do narizinho, por isso tive que o deixar apenas na cestinha.
Era o meu amiguinho branco. Trouxe-o para casa quando ele tinha uns 4 meses e andava na rua porque a dona não queria saber dele.
Estou tão pobre, meus amigos.!!!!!
Nestes últimos 4 anos perdi os meus dois amores: o cão Kimba e o gato Fló. Restam estes dois - a Daisy e o Monty, felizmente ainda comigo.
Eu acho que ele pressentiu o que ia acontecer. Nessa manhã tinha vomitado o seu peixinho cozido.
Achei que era hora de parar, antes que ele sofresse mais. Pensei que já doía muito quando ele batia com o narizinho. E ele batia em tudo porque o narizito estava sempre na frente.
Também já lhe dava a comida na minha mão com receio que ele batesse no prato.
Levá-mo-lo para a veterinária, embrulhado na mantinha, e ele muito quieto. Estivemos lá, à espera que ela terminasse uma consulta e ele sempre muito quietinho, sem se mexer, a cabecinha encostada ao meu pescoço.
Entrámos no consultório, ela olhou para ele e deu-me uma declaração para assinar, sem falar.
Não precisava, conhecia-o muito bem.
Nunca o retirei dos meus braços. Enquanto lhe deram a injecção, dei-lhe um último beijo e ele ficou-se, sem um soluço, sem nada, lentamente, no calor do meu peito.
Sei que alguns de vcs vão chorar... Desculpem!
Que Deus não lhes reserve tal dor. Que os v/bichinhos se fiquem calmamente, quando chegar a hora deles, em paz e sem necessidade de arcarem com esta tremenda culpa e responsabilidade nos v/ombros.
Obrigada pelo vosso carinho, meus amigos
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26/01/2005
Laura B. Martins